“A gente ouve muita mentira, cada um defendendo seus interesses e quem paga a conta é a população”, afirmou

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou setores empresariais que promovem “narrativas erradas” sobre o impacto da proposta de mudanças no sistema de tributos brasileiro, durante evento sobre reforma tributária promovido pela Confederação Nacional da Indústria.

“A gente ouve muita mentira, cada um defendendo seus interesses e quem paga a conta é a população. Ninguém pode dizer que a gente construiu, nos últimos 30 anos, um sistema tributário que ajudou o Brasil a crescer. E, quando o Brasil não cresce, a gente constrói um país mais desigual”, disse.

Para o presidente da Câmara, desde a promulgação da Constituição de 1988, lobbies de setores empresariais, funcionários públicos e segmentos econômicos obtiveram subsídios e tratamento privilegiado no sistema tributário.  Maia criticou em especial campanha publicitária da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), entidade do chamado Sistema S, assim como a CNI.

Segundo o presidente da Câmara, a entidade dá a entender que a reforma administrativa é mais importante que a tributária, o que teria como motivação a análise de que o setor de serviços seria prejudicado com a adoção do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substitui cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) na proposta em análise na Câmara (PEC 45/2919).

“As distorções no sistema atual são grandes. Quando a gente soma os subsídios tributários e as transferências, 75% ficam com a camada mais privilegiada da população. É uma vergonha da CNC dizer que a reforma administrativa é mais importante e criar uma narrativa errada para a sociedade”, disse.

De acordo com o presidente da Câmara, 85% das empresas do setor de serviços não seriam afetadas pela reforma em tramitação, já que estão inseridas nas regras do Simples.

Rodrigo Maia defendeu que a reforma tributária é fundamental a curto prazo para aumentar o grau de competitividade das empresas e promover o crescimento econômico e que é preciso pensar no que é melhor para a sociedade e não para setores específicos.

“Simplificar o sistema de bens e serviços é uma obrigação do parlamento. Temos que ter a coragem de enfrentar isso”, disse.

Via Agência Câmara de Notícias