A polêmica ganhou tal dimensão que ontem o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, fez questão de rebater a afirmação. “O déficit da Previdência não é de mentirinha nem inventado”, disse ele em Brasília, ao participar de um debate patrocinado exatamente pelo Sindifisco. “Você pode fazer a conta do jeito que quiser fazer, mas a maneira certa é contar o que entra e diminuir o que sai”.
No entendimento da Anfip e do Sindifisco, não haveria déficit na Previdência; para argumentar que há, o governo estaria deixando de contabilizar receitas, acusam as entidades. Logo, para Anfip e Sindifisco, a premissa do déficit é falsa e, portanto, a necessidade de uma reforma nos moldes projetados seria uma mentira. O ministro do Planejamento e toda a equipe econômica do governo rebatem argumentando que a conta feita pelas entidades mistura números de setores diferentes. “O déficit está aumentando de maneira muito rápida. Passou de R$ 50 bilhões em 2010 para R$ 150 bilhões”, comparou Dyogo Oliveira, arrematando: “É o maior problema das contas públicas”. O crescimento, segundo ele, deu-se pelos avanços salariais das últimas décadas, pela formalização do mercado de trabalho e pelo envelhecimento da população.
O parecer favorável à reforma começa a peregrinação pela aprovação na próxima terça-feira, dia 2, na Comissão Especial da Câmara. O governo deseja que o projeto esteja aprovado por Câmara e Senado ainda neste primeiro semestre. Ontem o ministro do Planejamento disse que se a reforma não for implantada o mais rápido possível, o Brasil pode perder o controle sobre sua política previdenciária. Os argumentos não convenceram as entidades que se opõem à proposta. Para elas, a premissa defendida pelo ministro e pelo governo continua sendo falsa.
Via Diário de Pernambuco