Freando a forte aceleração que vinha tendo, a taxa de abertura de empresas no país caiu 23% no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre do ano. Foram 667 mil empresas abertas, 203 mil a menos do que o período anterior, e 15% a menos que o mesmo período do ano passado, de acordo com a Receita Federal.

A participação dos MEIs na abertura de empresas continua em constante aumento, atingindo 81% de participação sobre a abertura, mas também sofreu com os impactos da pandemia, caindo 22%, no segundo trimestre.

O levantamento ainda mostra que entre os estados brasileiros, Piauí e Pernambuco registram os piores números no trimestre, com -43% e -42%, enquanto Mato Grosso e Santa Catarina foram os mais “positivos”, com -13% e -21%. Os municípios também sentiram e Curitiba e Recife tiveram 6,7 mil e 2,7 mil empresas abertas, cada uma, quedas de -51% e -39%. Entre os segmentos de PMEs, as menores baixas foram em serviços médicos (-16%), mídia e publicidade (-20%) e consultoria (-20%), enquanto os que mais sentiram foram eventos (-65%) e alojamento (-59%). Indústria e comércio também demonstraram retração com -16% e -9%, respectivamente.

Apesar de tudo, a Receita Federal também informou que junho teve o maior patamar em emissão de notas fiscais do ano, com R$ 23,9 bilhões em vendas ao dia, 10% a mais quando comparado a junho do ano passado. Isso já um indício da retomada econômica. No último semestre, o número de notas emitidas diminuiu apenas 1,1%. Algumas praças tiveram uma redução mais significativa, como Rio de Janeiro (-5,2%) e Minas Gerais (-4,6%), enquanto os estados de São Paulo (+0,4%) e Paraná (-0,9%) aparentam não sentir tanto o impacto.

Alguns setores tiveram, inclusive, incremento no volume de faturamento e notas emitidas. Esse é o caso do mercado de educação (+11,3%), tecnologia (+2,2%) e publicidade (+3,2%). Por outro lado, setores como estética (-57,9%), veículos (-38,2%), lazer (-24,9%) e hotéis (-28,3%) sentiram o impacto do isolamento social e tiveram significativas retrações.

Já segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Mensal (Pnad Covid-19) divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação cresceu de 12,4% para 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas em julho. No mês, mais 438 mil pessoas ficaram sem emprego, se comparado a junho. A população ocupada caiu para 81,5 milhões de trabalhadores. De acordo com a pesquisa, dos 9,7 milhões que estavam afastados do trabalho, 6,8 milhões informaram que o motivo era o distanciamento social provocado pela pandemia, o que representa recuo de 42,6% na comparação com o contingente de pessoas afastadas em junho.

A pesquisa apurou ainda que entre os que não estavam afastados do trabalho, 8,4 milhões trabalhavam de forma remota, que representam 11,7% da população ocupada que não estava afastada.

O percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar passou de 49% em junho para 47,9%, em julho. Dos 81,5 milhões de ocupados em julho, 9,7 milhões estavam afastados do trabalho. Desses, 6,8 milhões o motivo do afastamento era o distanciamento social. Na comparação com junho, os dois contingentes caíram, respectivamente, 34% e 42,6%.

No total de pessoas ocupadas, a proporção de afastadas por causa da pandemia caiu de 14,2% para 8,3%. Todas as unidades da federação tiveram queda nesse indicador, com exceção do Amapá, do Rio Grande do Sul e de Rondônia.

Da população ocupada, cerca de 3,2 milhões estavam sem a remuneração do trabalho, o que representa 32,4% do total de pessoas afastadas do trabalho. Em junho, quase metade dos afastados (48,4%) ficou sem remuneração. A população fora da força de trabalho foi estimada, no mês passado, em 76,5 milhões de pessoas, alta de 2,1% em relação a junho. Do total, 28,2 milhões ou 36,9% gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 19 milhões, 24,8%, disseram que a pandemia ou à falta de trabalho na localidade impediram a busca, apesar da vontade de trabalhar.

 

Fonte: Monitor Mercantil – Via Portal Contábil