Quase um bilhão de reais. Esse é o valor em impostos pago pelos contribuintes de Florianópolis desde 1º de janeiro de 2014. A quantia, desconhecida pela maioria, deve ser divulgada para toda a cidade pela ACIF (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis), a partir desta segunda-feira, dia 29.

A entidade vai veicular em seu site e redes sociais, e em painéis digitais localizados na Beira Mar Norte e no Itacorubi o Impostômetro de Florianópolis.

A ferramenta mostra, em tempo real, a soma de todas as receitas em taxas, tributos e impostos pagos pelos contribuintes da cidade ao Governo Federal neste ano – no total, os contribuintes de todo o país já pagaram 1,2 trilhões de reais.

Serão 360 inserções diárias em cada painel e um contador fixo no site da ACIF, com o objetivo de alertar a população, de forma direta, sobre a alta carga de impostos – são cerca de cinco meses de trabalho do ano dedicados ao pagamento de impostos federais, estaduais e municipais.

A cada minuto, os florianopolitanos pagam 2,4 mil reais em impostos e até agora, desembolsaram 952,294 milhões de reais. Com o valor, é possível construir 3,3 mil postos de saúde equipados, 10,3 quilômetros de redes de esgoto, 69 mil salas de aulas equipadas ou asfaltar 828 quilômetros de ruas e estradas.

Para o presidente da ACIF, Sander DeMira, o sistema tributário brasileiro é perverso. “Todo o faturamento, salário ou remuneração de quase meio ano de trabalho, vai para os cofres públicos. E o que é inadmissível, é a falta de serviços públicos com a qualidade mínima oferecida pelos governos a seus contribuintes”, diz.

Segundo DeMira, é importante também destacar que todo cidadão contribui com o pagamento dessa conta. “Falamos de quem recebe salário mínimo, dos grandes executivos, do microempreendedor individual e de grandes empresas. No país, praticamente tudo é taxado. Pagamos imposto ao comprar um artigo de luxo e ao comprar um pãozinho de trigo ou remédios”, explica.

De acordo com o IBPT, ( Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) o Brasil possui a 14ª maior carga tributária do mundo e foi eleito, pela quinta vez consecutiva, o país que proporciona o pior retorno de valores arrecadados com tributos.

“Hoje, em média, 30% do valor de todos os produtos e serviços que adquirimos são destinados aos cofres públicos. A população precisa despertar para essa situação e cobrar de seus governantes uma carga tributária justa ou, então, maior retorno sobre tudo o que já é arrecadado”, completa odiretor de Assuntos Tributários da entidade, Denissandro Perera.

O Impostômetro utilizado pela ACIF é o mesmo da Associação Comercial de São Paulo (ASCP), criado e mantido pelo IBPT e segue metodologia própria. Para os números de Florianópolis, será utilizado o filtro “Arrecadações por Capital”. A divulgação do Impostômetro de Florianópolis conta com a parceria da empresa Criativa Painéis.

Via Economia SC