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A balança comercial do setor eletro e eletrônico acumulou de janeiro a julho um déficit de US$ 13,67 bilhões, resultado de importações no total de US$ 16,200 bilhões e exportações no montante de US$ 2,53 bilhões. No período, as vendas externas ficaram 23,3% abaixo das ocorridas no mesmo período do ano passado (US$ 3,30 bilhões).

Enquanto isso, no período acumulado dos primeiros sete meses deste ano, as importações do setor de produtos elétricos e eletrônicos atingiram US$ 16,2 bilhões, resultado 12,5% inferior ao registrado no igual período de 2019 (US$ 18,5 bilhões). Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Eletro e Eletrônicas (Abinee).

Todas as áreas apontaram queda nas exportações, com exceção de equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD) (+42,9%). A elevação das exportações de itens de GTD contou com o incremento de 329% nas vendas externas de grupos eletrogêneos, que somaram US$ 200 milhões.

Esse foi o único item a apresentar elevação nas vendas externas entre os dez produtos mais exportados do setor. As exportações de componentes elétricos e eletrônicos atingiram US$ 1,1 bilhão, 25,1% inferiores às realizadas no igual período de 2019 (US$ 1,5 bilhão).

Esse desempenho foi influenciado principalmente pela queda de 36% nas vendas externas de eletrônica embarcada, que atingiram US$ 206 milhões no período citado.

Ainda referente aos componentes, destacaram-se os componentes para equipamentos industriais, que foram os principais produtos exportados do setor, somando US$ 343 milhões, 20% abaixo do total verificado em janeiro-julho de 2019 (US$ 429 milhões).

As maiores taxas de retração foram das áreas de automação industrial (-52,8%), Informática (-49,4%), e de material elétrico de instalação (-47,0%). Nesses casos, destacaram-se as quedas nas exportações de instrumentos de medida (-55%), de máquina de processamento de dados (-76%) e de disjuntores (-48%), respectivamente.

Foram observadas também retrações nas vendas externas de equipamentos industriais (-21,8%), bens de Telecomunicações (-15,7%) e de utilidades domésticas (-15,3%).No primeiro caso, notou-se redução nas vendas externas de motores e geradores (-22%) e de micro e mini motores (-45%).

Na área de telecomunicações, o resultado das exportações foi influenciado, principalmente, pelas quedas nas exportações de aparelhos de radiocomunicação (-61%) e de estações rádio-base (-30%). Em utilidades domésticas, destacou-se o recuo de 40% nas exportações de auto-rádios.

Importações                                       

No período acumulado dos primeiros sete meses deste ano, as importações de produtos elétricos e eletrônicos atingiram US$ 16,2 bilhões, resultado 12,5% inferior ao apurado no igual período de 2019 (US$ 18,5 bilhões).

As importações de componentes elétricos e eletrônicos caíram 18,6%, atingindo US$ 8,6 bilhões, com participação de 53% do total importado do setor. Ainda no que se refere aos componentes, destacaram-se os dois produtos mais importados do setor: componentes para telecomunicações (-18%) e de semicondutores (-21%), que juntos somaram US$ 4,6 bilhões, o que representou mais da metade das importações dessa área.

Também foram observadas quedas nas importações de utilidades domésticas (-23,0%), material elétrico de instalação (-17,7%) e automação industrial (-11,1%). Esses resultados sofreram influência das quedas nas compras externas de panelas eletrotérmicas (-43%), de lâmpadas (inclusive LED) (-27%) e instrumentos de medida (-12%), respectivamente.

As compras externas de equipamentos industriais caíram 4,1%, influenciadas pela retração nas importações de motores e geradores (-8%) e de micro e mini motores (-16%).

Saldo Comercial

No acumulado de janeiro a julho de 2020, o déficit da balança comercial dos produtos elétricos e eletrônicos somou US$ 13,7 bilhões, 10% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (US$ 15,2 bilhões). Essa queda foi influenciada pela retração de 12,5% nas importações. As exportações também caíram (-23,3%), não contribuindo, portanto, com a redução do saldo negativo da balança de produtos do setor.

Julho de 2020

No mês de julho de 2020, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 413,5 milhões, apontando o maior montante mensal exportado deste ano. Esse resultado foi 26,6% acima do registrado no mês imediatamente anterior (US$ 326,6 milhões).Ressalta-se, porém, que, mesmo com esse incremento, ao comparar com julho do ano passado (US$ 539,3 milhões), as exportações recuaram 23,3%. A queda observada em julho deste ano resultou da retração da atividade econômica no mundo, inclusive no Brasil, decorrente da pandemia da Covid-19.

Importações

As importações de produtos do setor somaram US$ 2,30 bilhões no mês de julho de 2020, 15,5% acima das registradas no mês imediatamente anterior. Porém, mesmo com esse resultado, desde o mês de abril, as importações permanecem abaixo das registradas nos mesmos períodos do ano passado.

Esse comportamento reflete a retração da atividade econômica decorrente da pandemia de Coronavírus que está ocorrendo no mundo desde o início deste ano, chegando ao Brasil no mês de março. Outro fator que vem inibindo as importações é a desvalorização cambial. Vale lembrar que em julho do ano passado, o dólar estava sendo cotado a R$ 3,78 e em julho desse ano atingiu R$ 5,28 (média mensal). Ao comparar as importações de produtos do setor em relação a julho do ano passado, verifica-se redução de 16,2%.

(*) Com informações da Abinee

 

Via Comex do Brasil