Com o corte de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros Selic, o Comitê de Política Monetária do Banco Central mantém ritmo acelerado de redução dos juros, mas dentro de uma certa cautela. Para as próximas reuniões, sinalizou que o corte pode ser maior. Parte dos analistas acredita que a Selic em 12,25% ao ano ainda é alta diante da inflação que caminha para o centro da meta, 4,5% ao ano. Por isso, seria possível fazer cortes de um ponto percentual até a taxa atingir 10% ou 9,5%, média prevista para o final de 2017 e em 2018.

No comunicado, o comitê diz que há sinais mistos, mas compatíveis com a estabilização da economia no curto prazo, com evidência de retomada gradual da atividade econômica ao longo deste ano. Observou que o comportamento da inflação é favorável e um dos fatores que ajudam é a desinflação dos preço dos alimentos.

Contudo, alerta para a importância da aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal e de ajustes da economia brasileira para a sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa de juros estrutural (expressão economês pouco conhecida pela maioria). A propósito, a taxa de juro estrutural, que seria a taxa básica média no longo prazo necessária para poder crescer com inflação controlada, é elevada no Brasil em função da trajetória fiscal e da incerteza fiscal.

Em entrevista ano passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a evolução estrutural das despesas públicas no Brasil traça um cenário fiscal que influencia o custo do dinheiro no país e é o custo do financiamento do Tesouro. Então é o rombo dos gastos públicos elevados que mantém os juros básicos altos, mesmo em tempo de inflação baixa.

 Outras opções para investir

Como a taxa de juros básicos está caindo e deve chegar a 9,5% no final do ano, quem vive de renda, ou seja, da remuneração de poupança nas diversas formas de aplicação financeira, especialmente em fundos baseados direta ou indiretamente na taxa Selic, terá que rever essas alternativas. Precisa buscar opções mais rentáveis ou gastar menos. A opção de gastar menos fica mais viável quando a inflação está baixa.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti