Parcerias e conveniências

Interesses trazem à superfície situações que, até então, ficavam submersas. E pelas suas evidências, tal qual o orçamento secreto devido à PEC dos precatórios em votação no Congresso Nacional, emergem como vulcão. Bem verdade que o preâmbulo não pretende se referir à política partidária tão somente, mas pela abrangência como ciência, num todo. Vejam o que se pode esmiuçar entre fisco e contabilidade.
Na vida nada se constrói sozinho; do nascimento à estadia terrena concluída, a presença de outrem se faz necessária. Nas organizações as coisas se assemelham.  Imagine a fiscalização agindo de forma egocêntrica, não se atualizando e nem se capacitando, sem ouvir os reclames dos contribuintes, não se esmerando nos fiscos de outras unidades federadas, da União e até de outras nações? E ainda atendendo anseios de políticos inescrupulosos e sob a guilhotina da Justiça?

Resultados a contento 
E neste emaranhado de incertezas para tomadas de decisões, os integrantes da corporação – Fazenda – são os grandes aliados que, mesmo relegados “interna corporis”, no momento seguinte têm um “mea-culpa” com estrelar reconhecimento. Correndo por fora, os abnegados parceiros a se posicionar contribuindo com suas discussões e ideias visando a melhoria conjunta; denominada de contabilidade privada. Os resultados, frutos das parcerias iniciadas há décadas, são visíveis em inúmeros trabalhos, como os das Malhas Fiscais. O chamamento às correções das inconsistências referentes às obrigações acessórias, que poderão resultar em principal (imposto corrigido, acrescido de multa e juros), vem atendendo a contento.

Esforço por melhorias 
Com este princípio nobre, a contabilidade catarinense, modelo no país, escolhe nos dias 22 e 23 próximos a equipe (conselheiros) responsável pela gestão 2022/2025. Mas, independentemente das escolhas, o certo é que os trabalhos até então efetuados em parcerias e dentro das conveniências, com certeza, darão prosseguimento sempre com os avanços necessários. Numa das chapas recheadas de reconhecidas personalidades que prestaram e ainda se dedicam no meio e fora da contabilidade, a colega fazendária, contadora de carreira e no cargo de secretária adjunta Michele Patrício Roncálio. Com o lema, “A força contábil catarinense unida pela valorização”, dentre os cinco eixos que nortearão o mandato, destacam-se o da inovação e transparência.

Discurso e prática 
Campanhas, independente da sua conotação, carregam o estigma de divergência entre discurso e realizações, frustrando seus interlocutores, aliados e eleitores. As pessoas encontram exemplos em abundância e se tornam calejadas e até arredias. Mas, dentro do possível, a torcida é para que não se esqueçam de regarem para que os frutos das conveniências se transformem em sólidas parcerias.

Onde paramos? 
Leitores perguntam com frequência a respeito das prometidas reformas alardeadas no início dos mandatos e até do ano civil, como as administrativas e tributárias. Tem ainda a política que sequer é mencionada. Findado o ano e o resultado dos trabalhos podem ser considerados pífios, salvo a luta por emendas e da vitrine sobre a CPI da Covid-19. Pouco se pode esperar nos dias que antecedem ao recesso e, quanto ao próximo, menos ainda, tendo em vista tratar-se de ano eleitoral. E a resposta: sequer andamos.

Refletindo
“O problema maior das forças do centro não é o mar de candidatos. É o deserto de ideias”. Uma ótima semana! Dora Kramer.

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC