Oportunidade ao alcance

No último sábado (13/5), foram celebrados os 135 anos de libertação do sistema escravocrata introduzido no Brasil Colonial, perdurando por mais de 300 anos. Independente se iniciado com nativos (indígenas) onde o escambo não funcionou para, então, atravessar o Atlântico e na costa africana surrupiar negros “escolhidos a dedo”, transformando-os aqui em escravos. O trabalho forçado, degradante e sem remuneração, com o mínimo do mínimo ofertado, tal qual animais, reflete até hoje onde brasileiros convivem. Claro que muitos não gostam, viram a cara e dizem que se trata de matéria comprada ou de alguém vingativo. Mas a imprensa está aí a demonstrar no cultivo da cana, da uva, da maçã e também nas fábricas clandestinas, como na Grande São Paulo, onde lá são bolivianos ou coreanos. Não importam origem ou cor da pele, são humanos submetidas à escravidão.

Educação de qualidade
Como narrado, para se comemorar, muito pouco, bastando avaliar seus reflexos. Se depender do apoio e das oportunidades oferecidas, certamente os resultados serão diferentes. Professor Maurício da Silva, vereador (PP-Tubarão-SC) fez um texto relatando uma infinidade de quesitos dos quais, com a permissão, passo a citar: “Quando estas oportunidades ocorreram, os talentos negros se sobressaíram. Que o digam, Cruz e Souza (1861-1898), que foi o maior poeta simbolista do Brasil, e Antonieta de Barros (1901-1952), eleita deputada estadual catarinense, numa época em que aos homens e mulheres negras eram negadas, também, às letras. Ambos, contudo, circunstancialmente, receberam educação de qualidade.”

Cargos em destaque
Praticamente, excessões, há milhares tal qual hoje. Basta comparar o percentual de negros e pardos (em torno de 15% da população catarinense) e quantos desses ocupam cargos nos tribunais, nos parlamentos, nos de primeiro escalão do governo? Há situações em que o percentual é zerado. Até nas fotos torna-se fácil identificar. Será também que (baixando para 1%) não têm o conhecimento, a ética, a capacidade intelectual para integrar esse corpo de iluminados?

Tem chance 
Não se quer estabelecer uma disputa a qualquer preço indicando quem não possui o mínimo de qualidade à função. As cadeias estão cheias de negros e pardos (da classe baixa), por falta também das oportunidades. Mas quando se trata de crimes do colarinho branco, a coisa muda de figura. Se tem como lição que sem oportunidade as chances são zero ou quase, então aos que possuem o poder de mudança, que saiam dos discursos e vão às práticas. No fim, até para eles a situação se torna vexatória. Se pregam que todos são irmãos e iguais, a escada das oportunidades está longe de ser alcançada.

Atendimento de qualidade
Uma das prerrogativas do serviço público está no atendimento de pessoa para pessoa, isto é, a empatia de se colocar no lugar de quem está solicitando o serviço. Pois em Criciúma, no Departamento de Polícia Federal/setor de passaportes, uma grata surpresa, diferente de quando dos anteriormente extraídos. Servidoras com simpatia e disposição para com os entrevistados prestando um serviço, que desde há muito não visto naquele órgão. Parabenizar os responsáveis e os protagonistas pela qualidade no atendimento.  

Refletindo
“As mães mudam, mas o seu amor, não”! Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal aposentado da Receita Estadual de SC

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