A importância do pensar antes de falar

Em alusão ao Dia da Imprensa Catarinense, ocorrido em 28 do corrente, ousa-se nesta coluna tratar de polêmico tema “o da fala” enfrentado do dia a dia.

Cansado de ser interrompido pelo presidente Hugo Chávez, (Venezuela) quando se expressava durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago, no Chile, em fins de 2007, o rei Juan Carlos de Espanha não se conteve e falou: “por qué no te callas?” (espanhol), traduzindo: “Por que não te calas?”.

O que se tem ouvido nos últimos dois anos, e intensificado a partir de janeiro, quando Jair Bolsonaro foi empossado no mais alto cargo da República, são frases de efeito, desconcertantes e muitas vezes fora do contexto. Se por entrevistas, vídeos ou conversas vazadas, o resultado é sempre prolixo, polêmico e contraproducente, assim foi no processo de elaboração da proposta de Reforma da Previdência. Por pouco, ainda na primeira fase, quase melou. Até sua aprovação final pelo Senado, por conta das investidas, corre o risco de sofrer algum revés.
Dose certa 
O nós contra eles prossegue, mesmo findadas as eleições. Quando pensa que se está caminhando para um desfecho, lá vem uma nova pérola, soltada pela isca da imprensa. Pois, de acordo com a medicina, a diferença entre o veneno e a cura está na dose.

Munição ao adversário 
Prato cheio para a oposição que não aceita de jeito nenhum a derrota das urnas. Aliás, tem sido assim no Planalto, nos estados e nos municípios. Vencedores abandonando o discurso e planos para atacar antecessores. Derrotados tentando encontrar algum furo jurídico para anular a eleição. E assim seguem, disseminando o ódio. Não tem lado, tanto faz: da esquerda, centro ou da direita. No ritmo, com sete meses de governo, nem precisa de adversário. Longe de tratar de ideologia política, aqui foca-se na força da palavra. Quem já não experimentou esse desastre de dizer algo e depois se arrepender, que atire a primeira pedra.

Estrago nas palavras
Dias desses o secretário da Fazenda, ao fazer menção de investir no porto de Laguna, no Sul do Estado, o setor pesqueiro de Itajaí foi à loucura. Coube à autoridade explicações amenizando o estrago. Quanto maior o cargo mais repercussão, e as consequências podendo ser irrecuperáveis. O ministro Marco Aurélio Mello foi além, sugerindo uma mordaça para que o primeiro homem da nação reflita antes de falar. Há três coisas na vida que nunca volta atrás: a flecha lançada, a oportunidade perdida e a palavra pronunciada. Conselho aos assessores e aos que rodeiam os gestores, ainda que pouco ouçam: planejamento para pensar antes de proferir qualquer fala.

Benefícios fiscais 
Muita polêmica, discussões, para saída sem traumas no fim. Aguardemos da classe empresarial, que tanto reclamou e praticamente nada perdeu, a contrapartida no aspecto da arrecadação e da empregabilidade.

Dicas de Português
Erros que devem ser abolidos nos e-mails: Eminente “significa” excelente. Ex.: É uma professora eminente. Já iminente “significa”: deverá acontecer em breve. O sucesso do projeto é iminente. Fonte ESA/SEF/PR.

Refletindo 
“A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. É preciso reaprender a falar”. Walcyr Carrasco. Uma ótima semana!

Pedro Herminio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC