Uma administração tributária afinada

Ao assistir a uma orquestra, percebe-se a concentração dos componentes no maestro e sua batuta. Em qualquer distração o som pode sair desafinado, o que não agradará à plateia. Assim, com frequência tem ocorrido nas organizações, o que se pode denominar de “ruído de comunicação”, traduzindo: falta de diálogo. E nas públicas torna-se mais aparente, pois os que assistem são muitos e as cobranças são ainda maiores.
Pois foi a falta de diálogo franco a “gota d’água” para que o auditor fiscal Rogério Mello deixasse a Diat – Diretoria da Administração Tributária da secretaria da Fazenda. Leais à causa, gerentes da casa e um regional seguiram seus passos. No vácuo administrativo, coube à direção do sindicato dos fiscais – Sindifisco o reatamento das conversações e, por conseguinte, avalizar um nome que aglutinasse a categoria adequando-se ao perfil da alta administração.
Passadas algumas semanas, foi nomeada para assumir as funções na direção a auditora fiscal Lenai Michels, que, juntamente com a equipe escolhida, comandará os trabalhos.

E tem mais
Certamente terá muito percalços pelo caminho, que, dada a sua competência e a de sua equipe, serão superados. Os afazeres burocráticos tomam grande parte do precioso tempo dos gestores, e bem mais para quem precisa se familiar com a situação. Mas para Michles, o ócio é que a incomoda, pois as funções serão executadas, independentemente do horário. A verdade é que não será o momento de se reinventar a roda, e a continuidade dos planos desenvolvidos por Mello e seu time devem ter sequência. Mas é sempre bom frisar que harmonia e diálogo devem prevalecer para que toda a equipe siga desempenhando suas atividades na importante diretoria, que tem a missão de colocar dinheiro no caixa do Tesouro. Para isso, a administração tributária tem que estar afinada.

Fiscais no interior
De olho nas despesas, agravada pelo covid-19, a suspensão pelo Tribunal de Contas da nomeação dos 90 concursados ao cargo de auditor fiscal da Fazenda Estadual frustrou todo um planejamento. Mas eis que esta etapa foi vencida e o próprio Tribunal, que havia sustado, acaba de permitir que os novos fiscais tomem posse e assumam suas funções, o que deve ocorrer na próxima semana. A distribuição obedecerá à especificidade da função. Atividades de auditoria, no interior; gestão e tecnologia da informação, na capital.

Em imersão
Para a incorporação ao quadro de auditores fiscais, além de aprovação em concurso público de provas para o exercício são necessários conhecimentos do serviço público, da organização e da atividade em si. Da capacidade de discernimento entre o importante e o prioritário, do convívio entre os pares, da sabedoria em entender a importância da função perante a sociedade, entre tantas. E por isso, por duas semanas estarão em imersão na sede da Affesc, em Canasvieiras, sob a coordenação de renomados mestres para se apropriar dos ensinamentos ao importante cargo. Após esse período, por um ano estarão nos seus domicílios supervisionados por experientes colegas, aprimorando conhecimentos na prática. E corrigindo o equívoco do Tribunal, de dispêndios que trarão receitas ao erário.

17 Procuradores
A mesma decisão do pleno do TCE favoreceu para a nomeação dos 17 procuradores do Estado. Igualmente, terão duas semanas de treinamento na capital e, posteriormente, exercerão suas funções nas regionais da Procuradoria Geral espalhadas pelo território catarinense. Terão pela frente trabalhos hercúleos como nos processos de ajuizamento da dívida ativa e das diversas demandas judiciais em defesa do Estado.

Refletindo

“O pensamento é o diálogo da alma consigo mesmo”. Platão. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor fiscal da Receita Estadual de SC