Diálogo abre caminho

O enunciado acima, embora deva ser uma constante, é mais que propício ao momento atual. Nesse viés, as estruturantes reformas Tributária e Administrativa prometidas são interceptadas pelos radares palacianos. As propostas em análise, suas tramitações e posteriores aprovações pelo parlamento, são consideradas viáveis dentro de expectativa criada no campo econômico, com o intuito de manter o investidor internalizado e atrair os sedentos por esse chão varonil.
Mas esse tão sonhado cenário segue distante. Divergindo e sem diálogo, os caminhos se fecham. Pois bem! Enquanto não se senta para alinhavar e definir as tratativas, os passos seguintes tornam-se confusos, sem direção definida. Importante que se comece, e melhor, pelo Poder Central, servindo de norte aos governantes e sociedade.

Fica a lição
Está provado que sem diálogo as coisas não funcionam. Por aqui, ao ignorar esse potencial caminho, a cabeça do governador Moisés foi a prêmio num processo de impedimento, viabilizando, interinamente, a advogada e produtora rural Daniela Reinehr à titularidade governamental. Nada de analisar o critério técnico/jurídico, mas o que realmente o colocou na travessia entre tubarões. A lição é conhecida desde as saídas dos ex-presidentes Collor e Dilma. Serve também aos que se colocam no pedestal, acima das instituições, correligionários e pessoas que os cercam. Saber que existe chão e que é duro.  Mas tudo poderá ficar melhor, deixando-se contaminar pelo salutar diálogo.

Serviço de qualidade
Na semana dedicada aos trabalhadores do setor público e que também sabem da reforma prestes a acontecer sob seus ombros e que sequer trata dos que realizam os serviços nos poderes Legislativo e Judiciário, entendem perfeitamente que a qualidade deve ter primazia. Aproveitando para fazer um registro: contador do Paraná relatou que presta serviço a clientes em diversos estados (sem demérito aos demais – frisou), enalteceu o atendimento primoroso ofertado pelo fisco catarinense. A maneira de se expressar, informar e colocar-se à disposição, mediante a ferramenta das “malhas fiscais”, valorizando o trabalho da contabilidade. Desempenhar os trabalhos com presteza e dignidade deve ser prerrogativa de qualquer servidor público e, quando elogiado, coroa-se o feito. A todos, um reconhecido dia.

Livro de Souza 
O colega e auditor fiscal Luiz Carlos de Souza lança, no próximo dia 3, na Academia Palhocense de Letras, a sua terceira obra intitulada “Um céu para Josima”. A narrativa aconteceu em 2001, no morro da Mariquinha, em Florianópolis, quando numa noite tempestuosa de verão um bloco de granito de 200 toneladas caiu sobre sua residência, levando-a desse plano. Souza descreve Josima reaparecendo em outro local semelhante ao que vivia. Faz revelações misteriosas diante da ressurreição bíblica, apaziguada pela discutida existência de mundos paralelos da física quântica, etc. Melhor aguardar o lançamento e depois se deliciar sobre a obra por inteiro.

STF frustra sonho
Uma discussão jurídica que se arrasta desde 2006, quando SC reivindicava créditos de ICMS referentes ao gás importado da Bolívia, pagos a Mato Grosso do Sul pela Petrobras. Eram aguardados créditos de R$ 850 milhões (2010 a agosto/2020) e previsão de arrecadação anual de R$ 110 milhões. Mas o STF frustrou as expectativas julgando favorável à origem e MS levou a melhor.

Refletindo
“É preferível a ignorância absoluta do que o conhecimento em mãos inadequadas”. Platão. Uma ótima semana!

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual de SC