Nos dois últimos anos, desde janeiro de 2015 até dezembro de 2016, o varejo catarinense fechou 11 mil lojas a mais do que abriu. Este saldo líquido negativo, apurado em pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina, é uma clara demonstração de que os negócios não resistiram à crise econômico-financeira, combinada com o elevado índice de desemprego que marcou este período, em todo o País.

Só no ano passado, em Santa Catarina, foram fechados 5.540 lojas; no Brasil, foram 109 mil. Em 2015, em SC, outros 5.615 estabelecimentos enceraram as atividades. Estes dados de fechamento de lojas demonstram o real estágio dos negócios nesta época de agravamento da situação social, que se derrama para variados campos da economia. Mesmo vivendo uma fase péssima, o comércio catarinense passa por uma realidade menos ruim do que a do varejo nos Estados vizinhos, onde houve crescente piora.

Nestes 24 meses, acentuou-se o drama social do desemprego. Muito por causa do fim de milhares de empreendimentos comerciais e, também, como efeito de demissões massivas na indústria. O fim de lojas em Santa Catarina, como aponta o levantamento da Fecomércio, guarda pouca correlação com o desempenho percebido nos outros dois Estados da região Sul do Brasil. No Paraná e no Rio Grande do Sul, o tamanho do estrago é o maior no biênio, em números absolutos.

Isso se explica em função das grandezas das economias, lógico. Mas importante é perceber que, nestes Estados, o total de lojas fechadas subiu, numa evidente inversão em relação ao comportamento do mercado catarinense.

Um olhar para a realidade da atividade econômica em geral nos dá a pista do tamanho do problema. Em SC, de dez setores econômicos analisados, e com dados tabulados, apenas dois apresentaram vendas em alta de 2015 para 2016: cosméticos e perfumaria e medicamentos; e outros itens pessoais e para o lar. Até mesmo combustíveis e supermercados recuaram em volume de vendas.

 

Via AN – Coluna Cláudio Loetz