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A informação vinda da China de que foram encontrados traços do novo coronavírus em uma amostra de carne de ave de Santa Catarina ganhou grande repercussão nesta quinta-feira. Ainda faltam mais apurações, mas num cenário de pandemia em quase todos os países, uma ocorrência assim não surpreende. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tranquilizou, afirmando que não há provas científicas de que alimentos in natura ou congelados transmitem coronavírus. Esse esclarecimento ajuda porque as empresas exportadoras enfrentam instabilidade com a Covid-19 em qualquer fase do processo pelo fato de terem risco de suspensão temporária das vendas externas.

China descarta restrições para importação após caso de coronavírus em carne de frango de SC

A China poderá suspender a compra de produtos da Aurora Alimentos de Xaxim, unidade que fez o embarque desse lote, dependendo do que conclir numa apuração mais detalhada. Desde o início da pandemia, autoridades chinesas suspenderam compras de cinco frigoríficos brasileiros e o Ministério da Agricultura suspendeu de um. A retomada acontece após reforço em protocolos de segurança e aprovação da autoridade sanitária do país importador. A Argentina também tem enfrentado suspensão de exportações de carne bovina para a China devido a ocorrência de casos de Covid-19 em trabalhadores.

A OMS destacou que a Covid-19 é uma doença de transmissão por gotículas, principalmente. Por isso, no caso de carnes congeladas, o problema é resolvido com lavagem e cozimento e a prevenção maior vem com a higiene das mãos. A propósito, consumidores de carnes de aves já são orientados a seguir protocolos de segurança mais rígidos porque o produto pode conter dezenas de salmonelas benéficas ou não. Além disso, as agroindústrias brasileiras estão seguindo rígidos protocolos estabelecidos para prevenção ao coronavírus.

A repercussão negativa desse caso de carga catarinense preocupa porque o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, com presença em mais de 150 países. Mas no último ano tem perdido mercado porque países da Ásia como a Tailândia, Urcrânia e Turquia estão exportando mais. Além disso, a pandemia derrubou as vendas em restaurantes e o consumo geral de carnes no mundo caiu.

Caso as exportações da unidade de Xaxim sejam suspensas, a Aurora, que é uma cooperativa central cujos donos são cerca de 70 mil associados, tem o risco de perder vendas para um concorrente externo. No mercado nacional, a repercussão também pode levar a retração de vendas da marca. Tudo isso preocupa apesar da sólida trajetória da coopercentral catarinense.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti