Como a população e o setor privado estão cada vez mais críticos e vigilantes sobre o destino dos recursos dos impostos diante de tanta escassez para serviços essenciais, as medidas de contenção de despesas anunciadas ontem pelo governador em exercício Eduardo Moreira foram bem recebidas por lideranças do Estado.  Entre as entidades empresariais que se manifestaram favoráveis às medidas estão a Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) e a Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio-SC). 

– Não podemos ter estruturas por todo o Estado com toda a tecnologia existente hoje. É necessário se fazer mais com menos – afirmou o presidente da Facisc, Jonny Zulauf, para quem o corte de gastos é uma reivindicação antiga do setor empresarial. 

O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, afirmou que qualquer iniciativa que visa reduzir despesas são oportunas, mas as que foram anunciadas não são suficientes. 

– O grande problema do setor público, hoje, é a governança. Ele precisa fazer um grande esforço para melhorar a competitividade. A gente sabe que isso e difícil porque envolve muitos atores, outros poderes e até a iniciativa privada. Mas o caminho é esse, enxugar o que não seja essencial. Essas medidas precisam ser acompanhadas de um modelo de governança, que defina foco, prioridades e capacidade de inovação – afirmou Côrte.  

Sobre a informação de que a folha do Estado terá um crescimento vegetativo de R$ 650 milhões este ano, o presidente da Fiesc disse que uma alternativa para conter essa alta pode ser congelar alguns benefícios para servidores de setores que não são essenciais ao atendimento público, ou seja, que não integram a educação, saúde e segurança, que são as prioridades. Também é preciso buscar outras formas de remuneração. O industrial avaliou como muito positiva a iniciativa de fazer parceria com a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) para usar mais tecnologia no setor público e isso pode ser feito com outros setores. A Fiesc é parceira do Estado na Investe SC, a agência de atração de investimentos.

O presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, também viu com bons olhos a disposição de enxugamento da máquina pública anunciada ontem pelo governador Eduardo Moreira. 

– No entanto, algumas secretarias estratégicas para atrair investimentos ao Estado também foram congeladas. A entidade entende que essas secretarias e agências devem ser absorvidas por estruturas já existentes para que, de fato, signifiquem um corte no gasto público, mas sem comprometer o trabalho executado. Seguramente, a máquina pública pode ser melhor planejada para que os recursos sejam utilizados em prol dos catarinenses, com atendimento prioritário à saúde, segurança e educação – disse Breithaupt. 

Sobre o fechamento de mais ADRs no Oeste, uma fonte da região disse que os impactos positivos eram mínimos em diversas cidades, por isso não farão falta.  

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti