A taxa de desemprego brasileira recuou para 12,1% no trimestre móvel encerrado em agosto, 0,6 ponto percentual abaixo do verificado no trimestre móvel até maio (12,7%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou ligeiramente melhor do que a média das expectativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava uma taxa de12,2%. O intervalo dessas projeções ia de 12% a 12,5%.

No trimestre até agosto, o país tinha 12,707 milhões de desempregados — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrá-lo. Trata-se de um contingente 4% menor que o registrado no trimestre até abril (529 mil pessoas a menos) e 3,1% abaixo de igual período de 2017 (407 mil desempregados a menos).

Essa redução foi possível devido ao aumento dos ocupados (empregados, empregadores, funcionários públicos) no país, que chegou a 92,081 milhões de pessoas. Isso representa alta de 1,3% em relação trimestre encerrado em maio (ou mais 1,19 milhão de pessoas ocupadas) e de 1,1% frente ao mesmo período de 2017 (mais 1,02 milhão de pessoas).

A força de trabalho — que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade — estava em 104,788 milhões de pessoas no trimestre até agosto, 0,6% a mais do que no trimestre até maio e também 0,6% a mais perante mesmo período de 2017. O pessoal fora da força de trabalho ficou estável frente ao trimestre até maio.

Entre junho e agosto, o país tinha 27,506 milhões de trabalhadores subutilizados — como é chamada a mão de obra “desperdiçada”. Trata-se de uma ligeira queda de 0,4% em relação ao período de março a maio.

De acordo com o IBGE, o contingente de trabalhadores subutilizados abrange três grupos: os desempregados; os subocupados por insuficiência de horas (pessoas empregadas, mas que gostariam e poderiam trabalhar mais); e a força de trabalho potencial (pessoas que não buscam emprego, mas estão disponíveis para trabalhar).

Esses 27,506 milhões de trabalhadores correspondem a 24% da força de trabalho ampliada do país – que soma a força de trabalho com a força de trabalho potencial. Essa proporção é a chamada taxa de subutilização, que estava em 24,6% no trimestre móvel encerrado em maio, conforme a pesquisa.

Desalento

O número de pessoas desalentadas quanto ao emprego caiu 0,4% no trimestre findo em agosto deste ano, em comparação ao período equivalente encerrado em maio, passando de 4,775 milhões para 4,754 milhões de pessoas.

É considerado desalentado quem está fora da força de trabalho — ou seja, não está empregado e nem tomou providências para conseguir emprego — mas que aceitaria uma vaga se alguém oferecesse. São pessoas de 14 anos ou mais que abrem mão de procurar emprego por acreditar que “não vão conseguir”, “não têm experiência” ou porque se consideram “jovem ou idosa demais”.

Em geral, o desalento costuma crescer em momentos de crise no mercado de trabalho e tendem a recuar nos período de maior oferta de empregados.

Quando comparado ao mesmo período de 2017, o desalento cresce 13,2%, o que corresponde a 555 mil pessoas a mais, segundo o IBGE.

Renda

O rendimento médio real dos trabalhadores – considerando a soma de todos os trabalhos – foi de R$ 2.225 no trimestre móvel encerrado em agosto, estável frente aos três meses anteriores (março-maio). Ante mesmo período de 2017, porém, houve alta, de 1,3%.

Dos dez grupamentos de atividades profissionais acompanhados pelo IBGE, somente quatro tiveram alta real de renda frente ao trimestre móvel imediatamente anterior. O destaque foi o comércio, com elevação de 1,9% na renda média, para R$ 1.797.

Já a massa de rendimento real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) foi de R$ 199,852 bilhões no trimestre de junho a agosto, 1,3% acima do trimestre móvel anterior e 2,6% maior do que no mesmo período findo em 2017.

 

Via Valor