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Projeto do governo condensa mais de 5.000 normas em 499 artigos, 82 deles tratando das regras gerais

A proposta de regulamentação da reforma tributária apresentada pelo Ministério da Fazenda na última quarta-feira (24) tem 499 artigos. Dois terços desse conteúdo se referem às exceções, que cresceram durante a tramitação da proposta de emenda constitucional no Congresso Nacional em 2023.

O texto da regulamentação traz 222 dispositivos que tratam das regras para comércio exterior, desoneração de investimentos, isenções como a cesta básica, alíquotas reduzidas e regimes específicos ou próprios, como planos de saúde e imóveis.

Outros 107 regulam temas como Zona Franca de Manaus, Simples Nacional, MEI e Imposto Seletivo sobre bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Além dos artigos, o texto traz 24 anexos, que tratam principalmente das exceções listadas acima.

Na apresentação do texto, o secretário Bernard Appy afirmou que os contribuintes que estão no regime geral de recolhimento dos novos tributos precisam conhecer pouco mais de 30 páginas da proposta.

São aquelas que trazem o novo regime e que buscam condensar mais de 5.000 legislações nas três esferas de governo. Essa parte está representada basicamente nos 82 primeiros artigos da proposta.

É nesses primeiros capítulos que está o núcleo da reforma, com regras sobre cálculo da alíquota que garante a manutenção da carga tributária, formas de recolhimento dos novos tributos e ressarcimento daqueles pagos pelas empresas na aquisição de insumos e serviços.

A proposta original da reforma apresentada em 2019 era ter o mínimo de exceções. Com isso, seria possível criar tributos com uma alíquota somada abaixo de 20%.

As exceções que foram aparecendo já jogaram esse percentual para 26,5%. O Congresso terá a opção de aumentar ainda mais a lista, o que pode gerar o maior tributo sobre consumo do mundo –o que na realidade já existe, diante da carga atual.

Via Folha de S. Paulo