Santa Catarina se consolidou como destino para trabalhar ou morar por diversas características
O segundo maior crescimento populacional brasileiro registrado por Santa Catarina – de 21,8% e 7,6 milhões de pessoas – confirma os diferenciais deste pequeno Estado sulista: economia diversificada e dinâmica, qualidade de vida, pleno emprego e belezas naturais. Os dados do Censo 2022 divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE confirmam também a litoralização da densidade demográfica do Estado, com crescimento maior nos municípios com economias mais fortes, que oferecem mais oportunidades de fazer negócios.
Joinville, a maior cidade catarinense que seguiu com economia crescente e diversificada, manteve também o ritmo de expansão demográfica. Chegou a 616.323 habitantes, 19,6% mais que em 2010, praticamente repetindo a alta de 19,9% que registrou frente a 2000 (429.604). Empresas do município seguem investindo em setores diversos, com destaque na indústria, que tem registrado mais diversificação. A cidade também tem capital humano e serviços crescentes.
Florianópolis, com a segunda maior população do Estado, 537.213 pessoas, teve crescimento de 27,5%, acelerando mais a expansão frente a 2010, quando registrou 421.240 mil habitantes e crescimento de 23% em relação a 2000 (342.315). A cidade avançou por ser capital, por ser polo turístico, ter alto índice de desenvolvimento humano, por ter acelerado a expansão do polo tecnológico e crescimento da oferta de serviços em geral.
Terceira maior metrópole de SC, Blumenau, com 361.261 mil pessoas, manteve seu ritmo de crescimento populacional. A exemplo de Joinville, com economia diversificada e alta qualidade de vida, segue uma cidade atrativa para manter e conquistar mais moradores de fora.
São José, município ao lado de Florianópolis, cresceu 28,8% na última década e chegou a 270.295 habitantes. Teve forte influência por estar ao lado da capital e atrair um ritmo de desenvolvimento econômico parecido, com destaque para serviços e tecnologia.
Também entre as 10 maiores cidades, Palhoça avançou 62%, superando Criciúma, Lages e Jaraguá do Sul por características como estar no litoral, perto da capital, ter vasta extensão territorial cruzada pela BR-101 duplicada e atrair investimentos empresariais de setores como indústria e logística. Também influenciam imóveis com preços mais acessíveis e atrações turísticas.
Puxada pela dinâmica logística portuária e pelo efeito da litoralização, Itajaí subiu dois pontos no ranking dos 10 municípios mais populosos de SC. O complexo portuário de Itajaí e Navegantes atraiu uma série de empresas de logística, prestadores de serviços internacionais e outros que fortalecem a economia e o emprego. O fato de ter imóveis mais acessíveis do que a vizinha Balneário Camboriú também ajuda.
Prova de que a economia forte de polos regionais também impactou na migração de pessoas no Estado é a cidade de Chapecó, conhecida como “Capital do Oeste”. O número de habitantes chegou a 254.781, 38,8% mais do que no censo de 2010. Puxada pela produção de proteína animal para exportação, Chapecó desenvolveu diversos outros setores econômicos e cresce na indústria, comércio e serviços.
Maior cidade do Sul de SC, Criciúma somou 214.493 habitantes, 11,5% mais que em 2010. O município registrou leve queda de crescimento frente a década anterior. Em 2010 tinha 192.236 habitantes, 12,8% mais em relação a 2000 (170.420). Embora esteja perto do litoral e contando com infraestrutura melhor desde 2015, não teve uma expansão acelerada como poderia nos últimos anos. Tem potencial para avançar mais rápido a partir de agora com a consolidação da infraestrutura, em destaque a BR-101 duplicada e pedagiada.
Lages, a “Capital Serrana” de SC chegou a 164.981 habitantes, 5,3% mais do que em 2010, quando contava com 157.682 pessoas, número quase igual aos 156.737 mil de 10 anos antes, 2000. Apesar de ter economia mais forte na agropecuária, Lages tem atraído mais investimentos em indústria, comércio e serviços, o que tem acelerado o ritmo econômico e a expansão populacional. É um município que tem infraestrutura e capital humano para atrair mais negócios.
Como Santa Catarina segue entre os Estados com economia forte, dá para estimar que seguirá crescendo acima da média em população e, também, em Produto Interno Bruto (PIB). Diversas cidades menores também têm crescimento populacional alinhado com a economia.
Essa expansão populacional e econômica tende a se concentrar numa extensa faixa do Litoral do Estado, apesar de polos do interior também seguirem crescendo. A litoralização já exige mais investimentos em infraestrutura e serviços nas principais cidades do Leste do Estado. Os dados do Censo sinalizam que essa demanda vai seguir colocando desafios e oportunidades aos setores público e privado.
Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti