Diante das dificuldades para repassar aumento de custos aos preços nesta fase de recessão, o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, defende a suspensão do próximo reajuste anual da conta de energia no Estado para o setor, previsto para 7 de agosto. Em ofícios enviados para o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, e ao presidente da Celesc, Cleverson Siewert, a federação alerta que o preço do insumo, um dos que mais pesam na produção industrial, já teve alta acumulada superior a 40% este ano em SC. Um reajuste de 10% a 15% sobre essa variação vai afetar ainda mais a competitividade e dificultar a recuperação do setor produtivo. A entidade solicita medidas emergenciais para a Aneel.
Conforme a Fiesc, a indústria catarinense registra queda dos seus indicadores. A produção industrial recuou 9,9% em maio e as exportações tiveram retração de 14,5% em junho, ambas frente aos mesmos meses de 2014. O nível de emprego do setor, que está perdendo fôlego – foram fechadas 4.174 vagas em junho – será ainda mais afetado com a alta da luz.
O impacto de custos da Celesc, na avaliação da federação, pode ser amenizado com a antecipação do uso da cota de energia barata de usinas já pagas. Essa mudança está prevista pela Aneel, mas só em 2021.
– A nossa principal bandeira e meta é em relação à indústria porque as tarifas do setor em SC estão acima da média brasileira. Além disso, a indústria não tem como economizar energia se produzir. A única forma de economizar é reduzir a produção. Em casa dá para fazer um programa de redução, o comércio tem condições de fazer isso. A Aneel, às vezes, dá tarifa diferenciada – observa Côrte.
O presidente da Celesc disse que ainda não tinha recebido o ofício, mas avaliou que essa é uma decisão do órgão regulador, a Aneel. Segundo ele, se o reajuste for suspenso, terá de ter um subsídio do governo federal, o que é difícil. A Aneel foi procurada mas não respondeu ontem.

SC tem energia mais cara
Entre as razões que levam a Fiesc a tomar uma decisão diferenciada no país e cobrar suspensão do reajuste é o preço alto da energia em sc.
Pesquisa apurou que este ano a tarifa industrial de energia no Estado é 11,39% mais cara que a média praticada no Brasil e a carga tributária na conta de luz catarinense é 4,8% superior a do país.

 

Consumo industrial

Em dezembro do ano passado, o consumo industrial respondia por 42,3% do total de energia disponibilizado pela Celesc na sua área de atuação.

 

Via Clic RBS – Blog Estela Benetti