Entre as notícias preocupantes que envolvem a economia e a política brasileira, a que mais causa apreensão é a decisão das centrais sindicais de se posicionar contra areforma da Previdência. É uma questão matemática: o país não tem dinheiro para sustentar o atual sistema e, se não reformar, vai quebrar a exemplo de alguns Estados brasileiros agora, em função da recessão, ou como a Grécia.

Quem vai sofrer mais são os mais pobres, o que sempre acontece. Por isso, é importante que as centrais sindicais e toda a população discutam e aprovem a melhor reforma possível para o país ter uma estabilidade futura. Se a maioria dos países ricos tem idade mínima para se aposentar em 65 anos, porque um país pobre como o Brasil terá sustentabilidade com uma boa parte das pessoas se aposentando por volta de 55 anos?

Aliás, a realidade mostra que muitas pessoas que se aposentam cedo têm uma piora da qualidade de vida e parte até morre mais cedo por falta de atividade.

As últimas estimativas do Tribunal de Contas da União dão uma ideia do tamanho da conta impagável da Previdência brasileira. O rombo deste ano entre aposentados públicos e do sistema do INSS somará em torno de R$ 200 bilhões.

Se nada for feito, ou seja, nenhuma reforma, o Brasil teria que gastar cerca de 60% do PIB para pagar aposentados em 2050. Isso é impossível. Em vez de dificultar, melhor seria os líderes sindicais estudarem a melhor reforma e, também, se empenhar em ajudar a economia a crescer. Assim, com mais impostos ficará mais fácil porque em função da atual recessão, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais enfrentam dificuldades para pagar servidores ativos e inativos.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti