Diante do avanço dos debates das propostas de reforma tributária e administrativa no Congresso Nacional, duas entidades empresariais se manifestaram nesta quarta-feira. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a carga tributária dos produtos industriais é o dobro da cobrada em serviços e isso precisa ser equilibrado para o bom desempenho econômico. E a Associação Empresarial de Chapecó se manifestou a favor da reforma administrativa agora, para o setor público reduzir custos com pessoal e permitir redução de carga de impostos.

A CNI explicou que, atualmente, a carga tributária que incide na indústria de transformação é de 46,2% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos serviços é mais que o dobro menor, 22,1%. Segundo a entidade, esse modelo causa regressividade tributária penalizando os mais pobres porque quem ganha até dois salários mínimos destina 9% do valor de consumo em serviços enquanto uma pessoa que ganha mais de 25 salários mínimos, gasta 31% da renda em serviços.

Outro fato destacado pela CNI é que a indústria puxa outros setores. Cada R$ 1 produzido na indústria de transformação, gera R$ 1,67 na produção da economia como um todo sendo R$ 0,84 nos serviços.

Para o presidente da Associação Empresarial de Chapecó (Acic), Nelson Akimoto, a reforma administrativa é fundamental e deve ser aprovada agora, junto com a reforma tributária. Uma das distorções a serem corrigidas, segundo ele, são os altos salários de algumas categorias de servidores públicos.

– A reforma administrativa é tão importante quanto a reforma tributária porque pode definir uma estrutura mais racional e moderna para o funcionamento do estado brasileiro, de forma a tornar mais justa a equação entre os recursos retirados da sociedade para o funcionamento da máquina administrativa e a retribuição oferecida na forma dos serviços públicos prestados – explica Akimoto.

Tanto a CNI, quanto a Acic e uma série de outras entidades empresariais de Santa Catarina e do Brasil veem agora uma oportunidade de fazer as reformas para ter tanto serviços públicos, quanto carga tributária mais equilibrados e alinhados com o que existe em países desenvolvidos. As entidades estão aumentando interlocução com representantes do Congresso Nacional com esse objetivo.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti