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Um dos indicadores que retratam a crise econômica causada pela pandemia é o número de solicitações de seguro-desemprego. No mês de maio, foram registrados em Santa Catarina 56.202 pedidos desse benefício, com acréscimo de 86,81% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registradas 30.085 solicitações. Houve um crescimento de 23,31% na comparação com o mês anterior, abril, quando foram feitos 45.577 pedidos.

De janeiro a maio, Santa Catarina teve 174.886 pedidos de seguro desemprego, um aumento de 24,78% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram 140.157. O Estado teve o maior aumento percentual nesse período. Em segundo lugar ficou o Distrito Federal que teve alta de 24,53% e em terceiro, o Rio Grande do Sul, com crescimento de 22,84%.

Nos três meses que envolveram a pandemia, foram feitas em Santa Catarina 124.232 solicitações de seguro-desemprego. Esses números sinalizam que o impacto da crise do coronavírus no emprego é alto, mas sinaliza que é menor do que o estimado em pesquisa feita por entidades empresariais no período de 02 a 06 de maio, que previu demissões de 530 mil trabalhadores no Estado em função dos efeitos da pandemia. A pesquisa encomendada pelo Sebrae-SC, Fiesc e Fecomércio ouviu 2.547 empresários de 177 cidades.

Os dados do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia também indicam que as empresas catarinenses não eliminaram todos os empregos estimados pela pesquisa. No mês de abril, o Caged registrou um saldo de -73.111 vagas no Estado, a maior perda da série histórica, mas ficou longe da projeção da pesquisa. Em março, SC teve saldo negativo de -7.039 vagas e no quadrimestre, de janeiro a abril, o saldo do Estado ficou em -31.292 vagas, registrou o Caged.

É preciso fazer algumas ponderações sobre a diferença entre a estimativa de fechamento de 530 mil postos de trabalho e a realidade. Muitos empresários, no momento que responderam a pesquisa, pensavam em demitir mais pessoas, mas como diversos setores foram autorizados a trabalhar em breve em Santa Catarina, eles mudaram de ideia. Outros passaram a usar mais a MP do emprego, que permitiu suspender ou reduzir contrato de trabalho. Há também os que planejaram fechar empresas, mas ainda não fizeram isso formalmente.

Na comparação com o seguro-desemprego, vale observar que o trabalhador não precisa solicitar o benefício logo que sai da empresa. Ele tem quatro meses para encaminhar o pedido. Outro fato é que nem todos têm direito ao benefício porque alguns receberam recentemente.

O saldo de abertura e fechamento de empresas também é um parâmetro para ilustrar o desemprego. Durante a pandemia, de 13 de março a 03 de junho, o saldo na Junta Comercial do Estado é de abertura de 19.188 novos negócios de Microempreendedores Individuais (MEIs). A maioria deve ser de ex-empregado abrindo negócio próprio para ter nova renda.

O ritmo do mercado catarinense indica que devemos aguardar mais algum tempo para ver o tamanho do impacto da pandemia no fechamento de postos de trabalho. Como a economia do Estado te sido a número um em empregabilidade, a expectativa é de que após a pandemia siga com esse diferencial. A tendência é de que consiga voltar a ritmo parecido ao anterior.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti