A recessão levou Santa Catarina a encolher o Produto Interno Bruto (PIB) estadual em 7% entre 2015 e 2016. Essa retração levou o Estado a regredir cinco anos, voltando a patamares de atividade econômica de 2011. Os dados fazem parte de um estudo elaborado pela Tendências Consultoria Integrada que revela que, no período, o PIB nacional encolheu 7,2%.

Em linhas gerais, Santa Catarina não está nem entre os melhores, nem entre os piores Estados. Ficou na oitava posição entre os que tiveram menores quedas no período. Para Adriano Pitoli, economista que conduziu o estudo, a economia catarinense não sofreu tanto com quebras de safra como outras regiões de forte influência agrícola. Além disso, a indústria foi beneficiada pela produção de carne suína e de aves, que sofreu menos que outros setores.

Essa queda mais comedida, no entanto, sinaliza para o Estado uma demora maior na recuperação. Como o tombo foi menor, a base de comparação dificulta um avanço mais significativo. Por tudo isso, a previsão do estudo é que a economia catarinense cai mais 0,2% este ano – para o Brasil, a expectativa é de crescer em média 0,7%.

– Não é que estejamos prevendo uma estagnação. Porém, como a economia catarinense caiu gradativamente ao longo de 2016, a recuperação também deve ser da mesma forma. Esperamos um aquecimento maior pelo terceiro ou quarto trimestre – diz Pitoli.

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Outro cálculo

A Secretaria da Fazenda do Estado avalia que, depois de cair estimados 5,1% em 2015, o PIB estadual retraiu outros 4,2% nos 12 meses encerrados em novembro. De acordo com o comentário do economista Paulo Zoldan, as estimativas vêm apontando uma retração menor à medida que são atualizadas com os indicadores dos últimos meses de 2016. De toda a forma, o impacto no setor produtivo foi grande, deixando o balanço de inúmeras empresas em situação difícil, muitas com pedidos de recuperação judicial. Mas a retração menor em 2016, já sinaliza uma melhora.

Inflação alivia

Um reflexo positivo da desaceleração do consumo no Brasil: as taxas de inflação seguem baixa. Ontem, o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que teve retração de 6,29% em dezembro para 5,35% em janeiro, menor patamar desde setembro de 2012. No primeiro mês do ano, a inflação foi de 0,38%, a menor para o mês de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 1994, ano de criação do Plano Real.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti -Por Júlia Pitthan