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Crise atinge o Estado, que foi ultrapassado pela Bahia e Distrito Federal
Apesar do crescimento acima da média nacional, a economia catarinense sofreu com a crise e caiu da sexta para a oitava posição no país, sendo ultrapassada por Bahia e Distrito Federal. A informação foi divulgada pelo IBGE na quarta-feira.

Essa foi a primeira vez desde 2005 em que o Estado teve um desempenho acima da média nacional, embora não haja o que comemorar. Descontando-se a inflação, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,3%, e o de SC, 0,1%, o que significa um modesto 18º lugar no ranking regional de 2009 — os dados são sempre apresentados com dois anos de defasagem.

Soma de todas as riquezas produzidas durante o período, o PIB catarinense somou R$ 129,8 bilhões, ou 4% da economia do país. Apesar do ano sofrível, SC manteve a sua importância no cenário nacional e permaneceu com o quarto maior PIB per capita, que subiu de R$ 20.369 para R$ R$ 22.103, valor 30% superior à média do país. Não chega a ser metade do valor no Distrito Federal (50.438), mas a capital federal representa claramente um ponto fora da curva. São Paulo, responsável por um terço da economia brasileira, vem na vice-liderança com R$ 26.202.

Setor público alavancou o Distrito Federal

Os números levam naturalmente à pergunta: O que explica um crescimento real de 4% da economia do Distrito Federal num ano de crise forte? Sandra Regina Andrade, coordenadora da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), explica este desempenho invejável citando o perfil da economia da capital federal, baseada em serviços, que sofreu menos durante a turbulência global. SC foi particularmente atingida porque aqui a indústria apresenta a maior contribuição ao PIB estadual do país (32,8%).

A indústria de transformação, que representa quase 70% do setor no Estado, fechou 2009 com retração de 8% refletindo a queda nos segmentos autopeças (-54,5%), artigos de borracha e plástico (-21,2%) e máquinas e equipamentos (-12,2%).

Outro ponto a favor do Distrito Federal foi que o consumo das famílias e do governo seguiu aquecido. Além disso, infraestrutura e programas de transferência de renda também impulsionaram o resultado de estados que contribuem pouco para o PIB nacional. Rondônia registrou a maior expansão em 2009, de 7,3%, mas é responsável por uma fatia de apenas 0,6% do PIB brasileiro. O crescimento extraordinário foi puxado por obras de construção de usinas hidrelétricas.
Fonte: DC