Apesar de ter resistido à recessão até o início do ano passado, a economia catarinense teve retração forte e fechou 2015 com queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB)de acordo com cálculo prévio da Secretaria de Estado da Fazenda. O número foi antecipado no final da tarde de ontem pelo titular da pasta, Antonio Gavazzoni, durante palestra no congresso da Associação Catarinense de Rádio e Televisão (Acaert), no Costão do Santinho.

Segundo ele, o Estado teve essa queda porque quase todos os setores da economia enxugaram. O efeito da crise demorou para bater nas empresas de Santa Catarina, o Estado conseguiu manter o nível de atividade econômica acima da média do Brasil, mas agora a crise chegou com força.

– Mas nos últimos 40 dias, indicadores pararam de cair. A impressão que temos é que o avião, que estava caindo, pousou. Parecia que ia se esfacelar. Agora, dependemos do governo federal para tomar as medidas necessárias para a volta da confiança, o que permitirá ao avião decolar em breve. Vamos sair desse sufoco melhor do que qualquer outro Estado – afirmou o secretário.

Na avaliação de Gavazzoni, apesar desse recuo do PIB no Estado, o Brasil sofreu mais porque está em crise há dois anos, o que vai resultar em queda acumulada do PIB perto de 8%. Em 2014, enquanto a economia brasileira ficou estagnada, com alta de apenas 0,1%, SC cresceu 2,6%. Conforme o secretário, os setores da economia catarinense que mais resistiram até ano passado foram os que estavam apostando na retomada do crescimento, que não ocorreu. Por isso passaram a ajustar suas empresas para sobreviver. Além de conter a produção, demitiram.

No final de 2014, a taxa de desemprego do Estado era 2,7%. Agora, subiu para 4%, com a demissão de 82 mil trabalhadores em 12 meses. Mesmo assim, é uma situação melhor que a do Brasil, com taxa de desemprego de 10%. A arrecadação de impostos no Estado, por sua vez, segue em queda. Vem caindo há 16 meses, o que preocupa o governo porque os custos sobem com a inflação e maior demanda por serviços públicos.

O economista Paulo Zoldan, responsável pelo cálculo do PIB estadual, também começa a ver sinais de mudança de rota da economia. Ele cita o crescimento de 3,9 pontos percentuais do índice de confiança da indústria de SC, que ficou em 41,4 em maio; melhores níveis de produção industrial e queda da inflação.

 

Via CD – Coluna Estela Benetti