Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB­RR) disse nesta quarta­feira que a votação da reforma trabalhista no plenário do Senado deve ocorrer na primeira semana de julho. Ele ressaltou, no entanto, que cabe ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB­CE), estipular uma data para a votação.

A previsão anterior era a de que a votação ocorresse até o fim de junho. Isso diminui a margem dos senadores para votar a reforma, uma vez que o recesso parlamentar está previsto para começar no próximo dia 17. Mas isso também não está confirmado porque o Congresso ainda não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), uma condicionante para que o recesso de fato ocorra.

Jucá leu hoje seu parecer, favorável à reforma, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Pelo calendário acertado com a oposição, a votação do parecer deve ocorrer na próxima quarta-­feira, dia 28. A partir dessa data, a matéria fica liberada para votação em plenário. O pemedebista, no entanto, disse que a votação não deve ocorrer nessa mesma data.

“Não existe possibilidade de votar [a reforma em plenário] no dia 28. Por mais que a gente vote [requerimento de] urgência [para tramitação da matéria], tem que ser lida e votada a urgência para entrar no plenário na sessão seguinte”, disse. “A probabilidade, se o senador Eunício pautar, é que seja votada na semana seguinte para cumprir o regimento e até para poder mobilizar os senadores.”

Jucá leu nesta quarta-­feira seu parecer, favorável à reforma, na CCJ. Em sessão, senadores acordaram um calendário para a tramitação da matéria no colegiado.

Ficou acertado que haverá audiência pública na próxima terça-­feira, onde convidados vão discorrer a respeito da reforma, sob o ponto de vista constitucional.

Na próxima quarta-­feira, dia 28, será aberta uma sessão extraordinária, marcada para as 9h45. Por ser extraordinária, a sessão não poderá ser interrompida pela ordem do dia do Senado. De acordo com o regimento, isso teria que acontecer caso tivesse sido marcada uma sessão ordinária.

Na sessão, serão lidos votos em separado – ou relatórios paralelos. Pelo acordo entre base e oposição, os votos terão que ser lidos até as 16h. Após esse horário, terá início a discussão da matéria. Cada senador terá direito a falar por dez minutos, também seguindo o regimento do Senado. A votação só deve ocorrer depois disso.

Apesar das promessas de não usar de artifícios para postergar a votação, senadores disseram prever que a sessão da próxima quarta-­feira na CCJ poderá se estender até a madrugada.

A CCJ é a terceira e última das comissões pelas quais a reforma trabalhista tramita no Senado. Ela já foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no início de junho. Ontem, a matéria foi rejeitada pelos senadores na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), uma derrota para o governo. Em ambos o colegiado, a relatoria coube a Ricardo Ferraço (PSDB­ES).

 

Via Valor