O varejo tem de ficar alerta. Estudo do Instituto Locomotiva aponta que 42% da população brasileira vai comprar menos nos próximos meses. A pesquisa foi feita com mais de 2 mil pessoas em todos os estados brasileiros para conhecer as principais tendências de consumo ocasionadas pela Covid-19. A redução no consumo tem relação direta com a queda da renda que atingiu uma parcela significativa dos brasileiros, mas não é só este o motivo. Segundo Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, o isolamento social provocou mudanças no comportamento das pessoas.

 A pandemia fez o consumidor racionalizar as compras. Com tantos dias dentro de casa, as pessoas descobriram do que precisam e do que não precisam.

A alteração no volume de compras será diferente para cada segmento. Varejo online, entrega de comida e ensino à distância cresceram durante a pandemia e devem se manter em alta. Já o consumo de alimentos, os serviços de comunicação e os produtos de limpeza – que também tiveram alta – devem se estabilizar. Em serviços não essenciais, como cinemas, hotéis e restaurantes – onde houve uma forte queda – a recuperação deve ser bem lenta.

Conforme o levantamento, além do tipo de produto, mudou também a forma de comprar. Em mais de 150 dias de isolamento social, as pessoas passaram a digitalizar diversos processos de compra. Neste período, 10% da população passou a comprar pela internet e 45% ampliou a frequência de compras online, além de experimentar a modalidade em novas categorias de produtos.

O Whatsapp também foi uma novidade que veio com força nos últimos meses. Segundo a pesquisa, 18% dos internautas passaram a adquirir produtos e serviços por meio desta ferramenta, e 21% ampliaram suas compras desta forma. A facilidade de entrega, neste caso, privilegiou os negócios instalados na vizinhança dos compradores.

Outra conclusão importante foi que as pessoas tendem a consumir de forma mais consciente depois da pandemia, valorizando as marcas pelo seu posicionamento durante este período. Dentre os pesquisados, 63% disseram que farão mais pesquisas de preço e 42%, que darão mais valor às marcas que vão consumir.

Quanto às expectativas para a vida no pós-pandemia, o estudo chegou a uma quase unanimidade: 93% dos entrevistados acreditam que ela jamais voltará a ser como antes.

Via NSCTotal – Coluna Claudio Loetz