O agronegócio de Santa Catarina parte para mais uma conquista. Governo do Estado e agroindústrias querem exportar carne suína catarinense para o México, e o governador Eduardo Pinho Moreira irá chefiar uma missão oficial ao país para dar sequência às negociações e ampliar a presença no mercado mexicano. As informações foram confirmadas durante reunião do Governo do Estado e representantes do setor produtivo de carnes, que trataram também de questões ligadas ao abastecimento de milho e ao fortalecimento da defesa agropecuária catarinense.

Santa Catarina já tem uma sólida parceria com o México no fornecimento de carne de frango e existe o interesse também na compra da carne suína produzida no Estado. Este será mais um mercado exclusivo do agronegócio catarinense, como já acontece com Japão e Coreia do Sul. Segundo o governador, a conquista desse novo mercado terá impacto direto na suinocultura de Santa Catarina. “Nós exportamos para o mundo todo e agora surge um novo mercado importante: o México. Os mexicanos demonstraram interesse em conhecer as plantas frigoríficas instaladas em Santa Catarina e importar a carne suína produzida no Estado. Este é um grande mercado, que vai favorecer a suinocultura catarinense”, destaca Eduardo Pinho Moreira.

Em julho, uma missão mexicana visitará frigoríficos catarinenses e logo após representantes do Governo do Estado, agroindústrias e Governo Federal irão até o México para dar sequência às negociações. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que o fato de Santa Catarina ser o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação fez com que o mercado mexicano voltasse a atenção para os produtos catarinenses. “O México importa carne suína dos Estados Unidos e Canadá e busca outros mercados com o mesmo status sanitário. E nós queremos mostrar ao governo mexicano que podemos fornecer carne de alta qualidade com absoluta segurança sanitária”, afirma.

Abastecimento de milho
O abastecimento de milho é uma preocupação constante do setor produtivo catarinense. O grão é fundamental para a competitividade das agroindústrias instaladas no Estado e o setor tem demandas urgentes. Durante a reunião com o governador, os representantes do Sindicato Indústria Carnes Derivados (Sindicarne SC) levantaram duas questões: as melhorias necessárias na aduana de Dionísio Cerqueira e a falta de um subsídio do Governo Federal no frete do milho.

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Santa Catarina importa quase quatro milhões de toneladas de milho todos os anos para abastecer as cadeias produtivas de aves, suínos e leite, e grande parte desse grão vem de caminhão do Centro Oeste, com distâncias que chegam a dois mil quilômetros. Por isso, o pedido de subvenção ao frete seria uma alternativa para manter a viabilidade da produção de proteína animal no Estado.

A melhoria na estrutura da aduana de Dionísio Cerqueira é fundamental para a Rota do Milho. Esta será a porta de entrada do grão em Santa Catarina e cerca de 100 caminhões devem passar pela aduana todos os dias. O governador Pinho Moreira e representantes do setor produtivo levarão a demanda ao Governo Federal e cobrarão agilidade na solução do problema.

“Essa é uma luta que eu vou levar a Brasília. Hoje, 70% dos custos de produção de suínos e aves em Santa Catarina são formados a partir do preço do milho e do farelo de soja. O abastecimento de grãos é fundamental para manter a competitividade do produto catarinense. Nós já estamos trazendo milho do Paraguai e essas são ações que se multiplicam. Temos que estar atentos a essa atividade econômica vital para o nosso Estado”, ressalta o governador.

Erradicação da febre aftosa
A ida do governador Pinho Moreira a Brasília irá marcar ainda a posição de Santa Catarina em relação ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa. O Estado se manterá como uma zona separada dos outros Estados que buscam a certificação internacional.

Isso porque Santa Catarina já tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) desde 2007. O Ministério da Agricultura quer que todos os Estados brasileiros tenham o mesmo status até 2023 e Santa Catarina se manterá como uma zona exclusiva. Isso garante, por exemplo, que em caso de ocorrência de febre aftosa em outro estado, Santa Catarina continue livre da doença e autorizada a exportar porque será considerada uma zona separada do restante do país.

“Nós já temos o compromisso verbal do Ministério quanto à manutenção da certificação catarinense, independente da certificação de outros Estados. O reconhecimento internacional da sanidade catarinense é um patrimônio que foi conquistado com muito esforço e precisa ser preservado”, explica o secretário da Agricultura Airton Spies

 

Via Governo do Estado de SC