A indústria catarinense vem consolidando uma recuperação desde o começo de 2017. Os dados dos meses finais do ano passado confirmam esse cenário. A produção industrial catarinense cresceu 8% em novembro de 2017 na comparação com igual mês de 2016, revelou a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIMR) publicada nesta quinta-feira pelo IBGE. Com isso, SC teve a maior alta do país em um mês no qual 14 de 15 locais pesquisados tiveram aumentos. Em nível nacional o incremento foi de 4,7%.

Os avanços na produção aliados à volta na criação de empregos – a indústria é o setor que lidera a geração de postos de trabalho formais no Estado entre janeiro e novembro de 2017 – não deixam dúvidas de que há uma retomada. E a melhora do cenário na indústria é especialmente importante em Santa Catarina, onde o setor tem relativamente mais peso na composição do PIB (respondeu por 28,7% da riqueza em 2015). 

— Estamos em recuperação, e os dados mostram isso. Em 2016, de janeiro a novembro, a gente tinha uma queda de quase 4%, e no ano passado crescemos 4,5% nesse período, quase o dobro do Brasil, que cresceu 2,3% — avalia o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte. 

Na comparação interanual, a alta estadual segue sendo puxada por metalurgia (25,5%) e veículos (17,3%). Apenas uma de 12 categorias registrou queda, a de vestuário, cuja produção recuou 0,2%. 

Na passagem de outubro para novembro, o Estado teve uma leve queda, de 0,1%, na série livre de influências sazonais. Com o aumento de 0,2% na produção nacional nesse tipo de comparação, oito dos 14 locais pesquisados mostraram taxas positivas.

Apesar do contexto de saída da recessão, ainda preocupa o fato de o crescimento ser baseado apenas no consumo, segundo o presidente da Fiesc, e não nos investimentos. Mesmo assim, há otimismo para 2018:

— As perspectivas são boas porque a indústria retomou o crescimento também em nível nacional, e a única coisa que pode atrapalhar é a questão política: não aprovar mais a reforma, que tem um impacto negativo no Estado, e a própria eleição. Se houver uma polarização muito grande isso tende a criar incertezas e a reduzir os investimentos – diz Côrte.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti