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O custo médio do metro quadrado da construção, em Florianópolis no mês de setembro alcançou R$ 1.362,83, o maior valor entre as capitais brasileiras, apurou o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), do IBGE. A variação frente ao mês anterior ficou em 0,74%, no ano acumulou 2,39% e nos últimos 12 meses cresceu 2,95%. 

O Sinapi considera somente custos diretos na obra como matérias-primas, equipamentos e mão de obra, é elaborado em parceria com a Caixa e serve de referência para obras públicas e privadas no Estado.

Apesar da crítica geral desde o início da pandemia sobre a alta generalizada dos preços de materiais de construção no Estado, a pesquisa do IBGE não apontou forte pressão nos custos de materiais. Na maioria dos estados, os aumentos foram bem maiores. A alta de setembro de SC, 0,74% foi a segunda menor do país para o mês. O Rio de Janeiro teve a menor variação, 0,41% e em terceiro ficou o Ceará com 0,80%.

A média brasileira do custo do metro quadrado para construção ficou em R$ 1.209,02, sendo R$ 645,56 dos materiais e R$ 563,46 relativos ao valor pago à mão de obra. Em setembro subiu 1,44% frente a agosto, a maior alta desde 2013, no acumulado do ano cresceu 4,34% e nos últimos 12 meses, subiu 4,89%. O segundo maior custo por metro quadrado foi o do Acre com 1.348,26, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 1.344,23.

Chama a atenção o fato de Florianópolis liderar o valor médio de custo do metro quadrado no país. Um dos motivos é a data-base dos trabalhadores em maio, alta que já foi incluída na despesa geral deste ano. Mas a Capital está com o valor mais caro há mais de um ano, o que é influenciado também por ser uma das cidades mais que apresentam um dos maiores custos de vida do Brasil. Esse valor médio maior também ocorre na venda de imóveis. Segundo a pesquisa FipeZap de setembro, Florianópolis tem o quarto maior metro quadrado mais caro do Brasil entre as capitais, considerando preço de venda de mercado.

Contudo, se considerarmos a oferta de materiais de construção, o custo em SC deveria ser o mais baixo do Brasil porque o estado conta com uma indústria diversificada e de referência internacional para o setor.

O IBGE, na pesquisa Sinapi, calcula também o custo do metro quadrado incluindo o INSS em função da necessidade de determinados contratos. Nesse caso, de R$ 1.362,83 sobre para R$ 1.469,61, um acréscimo de 7,83%.

Vale destacar que o setor da construção e mais 16 que são grandes empregadores no Brasil e em SC, entre os quais transporte, tecnologia, call center e têxteis, aguardam a derrubada do veto presidencial à desoneração da folha, o que deve ser aprovado até o fim do ano. A votação ainda não ocorreu porque o governo de Jair Bolsonaro alega que precisa encontrar uma fonte de receita para essa despesa, que custa R$ 10,2 bilhões por ano não era esperada para 2021. O argumento do setor produtivo é que ela vai manter empregos numa fase ainda difícil de recuperação da pandemia. 

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetii