Ministros do novo governo federal dedicaram boa parte da sexta-feira para esclarecer, com a franqueza possível, os rumos que pretendem seguir para buscar o equilíbrio das contas públicas. Uma medida necessária há tempos, mas só agora proposta, é a definição de teto, de meta para o crescimento da despesa pública. Isso é natural na gestão do orçamento de uma família ou de uma empresa, mas para o setor público brasileiro parecia que o céu era o limite. Mas esse limite passou há tempos, porque hoje 46% da riqueza gerada no país transita pelo setor público: 36% de carga tributária mais 10% de déficit nominal. Quase igual ao país recordista em carga tributária, a Dinamarca, que cobra 48%, mas oferece serviços de alto valor a todos os cidadãos. Isso está longe de ocorrer no Brasil.

Considerando esse gasto de 46% do PIB, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi cauteloso ao falar sobre a possível volta da CPMF. Afirmou que o governo vai evitar alta da carga tributária.

Para o crítico problema da Previdência, Meirelles defendeu reforma. Questionado sobre a manutenção de direitos, ele disse que o direito mais importante é o aposentado receber o benefício. Mas isso não está garantido porque o país está em crise e a Previdência terá déficit da ordem de R$ 200 bilhões este ano. Aliás, os ministros falaram sobre bilhões de déficit. Para eliminá-los, muitos cortes terão que ser feitos.

Via DC – Coluna Estela Benetti