Entre os vários problemas enfrentados nesta pandemia está a demora do governo federal na liberação de ajuda necessária para pessoas, empresas e o setor público. Os trabalhadores enfrentaram mais desemprego porque as medidas de apoio ao emprego demoraram e o auxílio emergencial aos mais pobres ainda não chegou para milhares de brasileiros. As empresas enfrentam dificuldades para obter crédito e as microempresas ainda não têm linha especial do governo federal.

Agora, estados e municípios deverão enfrentar atraso na ajuda emergencial em função da demora do Congresso para aprovar o auxílio com esse objetivo. Ontem, a Câmara dos Deputados mudou novamente o projeto que veio do Senado para distribuir mais recursos à saúde de Estados, a ajuda de R$ 10 bilhões. Mas o projeto terá que voltar ao Senado e aí o dinheiro pode não começar a sair na primeira quinzena de maio. Complica a vida de Estados e municípios que pagam muitas contas ao longo do mês. Isso impacta em toda a economia que já está enfrentando uma recessão profunda.

Pela última mudança acertada no Senado, dos R$ 50 bilhões que serão pagos em quatro vezes, R$ 30 bilhões vão para os Estados. O governo catarinense deverá receber R$ 1,151 bilhão, mais do que os R$ 959 milhões previstos anteriormente. E a parte dos municípios catarinenses será de R$ 780 bilhões.

Esses recursos poderão ser usados nesse período de crise mais profunda devido à pandemia, compensando a queda de arrecadação. Os dados que chegam de abril mostram o peso da recessão. A venda de automóveis no Estado teve queda de 52,85% em abril frente ao mesmo mês do ano passado.

Escolas de idiomas e isolamento

O Grupo Econômico do Estado, integrado pelo secretário da Fazenda, Paulo Eli, outros representantes do governo, federações empresariais e poderes se reuniu na tarde de ontem. A Facisc aproveitou a reunião para sugerir a ampliação dos horários de atendimento de atendimento do serviço público e dos bancos para que as pessoas sejam atendidas em intervalo maior e possam ficar mais distantes umas das outras.

A federação também levou a reivindicação das escolas de idiomas, que pedem volta de atividades com regras de distanciamento específicas. Muitas instituições, que estão paradas desde 18 de março, estão sem receita.

Sobre a liberação de escolas, a expectativa é de que o governo do Estado seja cauteloso e as prefeituras também. Isso porque SC registra um crescimento acelerado de casos de Covid-19 no Estado. Santa Catarina é apontada como uma das bolas da vez sobre o risco de ter o sistema de saúde saturado e em algumas cidades já seria necessário adotar lockdown, ou seja, uma limitação rígida de circulação de pessoas, inclusive em cidades pequenas.

Além disso, surgiu uma nova preocupação, a de maior difusão da doença no meio rural. A Secretaria de Agricultura do Estado e a Federação de Agricultura (Faesc) estão reforçando a comunicação para que as pessoas do meio rural tomem mais cuidado com a propagação do coronavírus.

Via NSCTotal  – Coluna Estela Benetti