JorginhoMelloTarcisioRosaFotoEduardoValente.jpg

Anúncio antecipado ajuda atrair empresas

Sem energia, é quase impossível ter novos investimentos, crescimento e desenvolvimento econômico. Atento a essa realidade e ouvindo as demandas do mercado, o governo de Santa Catarina, de Jorginho Mello, decidiu unir num pacote só os planos de investimentos ao setor, por meio da Celesc, para os próximos quatro anos. A soma dos projetos é o orçamento de R$ 4,5 bilhões, anunciado terça-feira (09).

A Celesc precisa pensar o futuro, tem que arriscar, tem um faturamento mais ou menos estável. Ela tem que dizer para Santa Catarina o que vai fazer porque isso faz com que o empresário possa ter condições de projetar o que ele quer fazer, o investimento que pode fazer – disse o governador no lançamento do programa.

O presidente da Celesc, Tarcísio Estefano Rosa, destacou que é um planejamento técnico e, se necessário, pode ser alterado, principalmente ampliado no futuro. Segundo ele, os investimentos serão feitos com recursos próprios e de financiamentos. A empresa planeja buscar empréstimo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Dos R$ 4,5 bilhões previstos, R$ 1,93 bilhão serão projetos no sistema de alta tensão, R$ 1,69 bilhão para média e baixa tensão, R$ 460 milhões para o parque gerador (usinas hidrelétricas e fotovoltaicas), R$ 80 milhões para eficiência energética e R$ 95 milhões para pesquisa e desenvolvimento.

Também serão destinados R$ 158 milhões para medição inteligente e R$ 80 milhões para o projeto Conecte, novo sistema comercial da Celesc que usa tecnologia de ponta da SAP. Inclui ainda linhas trifásicas e eletropostos para mobilidade elétrica.

Como a Celesc é principalmente uma distribuidora de energia, o programa de investimentos indica atenção especial à infraestrutura, com mais 20 novas subestações e 41 ampliações e melhoria em subestações. A A maioria das subestações vai para as regiões mais densamente povoadas e consumidoras, que são o Norte e o litoral do Estado.

SC é um dos estados que registram maior crescimento do consumo de energia, destacou o engenheiro da empresa, Pablo Cupani Carena, ao falar sobre os investimentos. Segundo ele, nos últimos 15 anos, o crescimento médio em SC ficou em 6,4%. Em 2007, o Estado consumia 13.804 GWh (Gigawatt-hora) por ano e, em 2022, chegou a 27.197 GWh, quase o dobro em 15 anos.

Um dos destaques do plano é a instalação de 500 quilômetros de linhas trifásicas, com investimento de R$ 40 milhões, dos quais R$ 30 milhões este ano, R$ 10 milhões em 2024. Serão contempladas as regiões Oeste, Planalto Serrano, Planalto Norte e Alto Vale do Itajaí. O plano é fazer mais 500 quilômetros na sequência, disse Tarcísio Rosa.

A instalação de linhas trifásicas de energia foi o pedido mais recebido por Jorginho Mello, com alertas de empresários do meio rural de que teriam que deixar o Estado se tiverem que continuar com linhas monofásicas. Esse é um desafio em quase todo o Brasil, de falta de energia de qualidade no campo para investir.

Mesmo com volume menor de investimentos, R$ 6 milhões, a expansão do corredor de eletropostos pela Celesc no Estado, em parceria com a Fundação Certi, despertou interesses porque dá mais tranquilidade para abastecimento. Serão mais 10 unidades, incluindo algumas ultrarrápidas, somando mais de 40 ao todo nesse programa da Celesc, até São Miguel do Oeste.

O anúncio antecipado dos projetos da Celesc traz uma tranquilidade para a população e para os investidores locais e de fora terem segurança de que terão energia para implantar investimentos. Isso porque energia está diretamente ligada à geração de riqueza e qualidade de vida. O exemplo mundial clássico de desenvolvimento e energia é a foto noturna das duas Coreias: a do Sul, mais rica, é densamente iluminada, e a do Norte, mais pobre, fica quase às escuras.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti