Empresários tentam compensar queda na demanda doméstica.
Desvalorização do real frente ao dólar é estímulo, diz CNI.

A indústria brasileira aposta nas exportações para driblar o cenário de queda na demanda doméstica. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 57% das indústrias que exportaram no último ano pretendem elevar as vendas para o exterior nos próximos 12 meses, o que também é estimulado pela desvalorização do real frente ao dólar.

Das que pretendem exportar, 42% acreditam que as exportações vão aumentar a participação em seu faturamento bruto. Outras 45% esperam estabilidade, e 12%, queda.

A CNI ouviu 2.344 empresas de 28 setores da indústria de transformação e de quatro da indústria extrativa entre os dias 1º e 13 de julho.

Os setores que possuem maior volume de empresas exportadoras dispostas a elevar a exportação são máquinas e equipamentos (83% do total de empresas do setor que foram entrevistadas), têxtil (74%) e minerais não metálicos (73%). Os que menos estão dispostos são papel e celulose (34%) e extração de minerais não metálicos (38%).

Do total, 28% exportaram nos últimos 12 meses. Outros 48% não exportaram e 23% não quiseram ou não souberam responder. Do total, 35% tomaram alguma medida para aumentar as exportações ou começar a exportar. O percentual sobe para 83% entre as empresas já exportadoras. A principal ação das empresas brasileiras para iniciar ou aumentar as exportações foi a busca de novos mercados, segundo 53% dos entrevistados.

Das que não exportaram – 48% do total – 13% pretendem passar a exportar e outras 14% realizaram ações de promoção com esse objetivo. As empresas mais dispostas a começar a exportar estão nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (37% das empresas) e de máquinas e equipamentos (36% das empresas). Mas enfrentam dificuldades. De acordo com 34% de todas as indústrias que querem começar a vender para o mercado externo, a burocracia é a principal delas. Em seguida, apontam o sistema tributário (24%) e a adequação do produto ao processo produtivo para atender a demanda dos compradores (20%).

Câmbio
A desvalorização da moeda está estimulando as empresas a substituir a utilização de insumos importados por similares nacionais. O número de empresas que usam matéria-prima ou insumos importados caiu de 50% para 39% desde 2009. E das empresas que utilizam, 23% pretendem reduzir o uso nos próximos 12 meses. Nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e de automóveis o percentual dos que pretendem reduzir é maior do que nos outros setores – 37% e 35%, respectivamente.

 

Via G1 Economia