O maior ritmo de atividade econômica no Estado e no Brasil e mudanças de mercado em função da pandemia motivam abertura de um maior número de empresas em Santa Catarina. No período de 01 de janeiro a 21 de julho deste ano, a Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc) registrou a abertura de 114.727 novas empresas e o fechamento de 34.521, o que significa um saldo de 80.206 novos CNPJs no Estado.

Esse saldo é 38,42% maior do que o saldo do mesmo período de 2020, que somou 57.944 empresas, quando a economia foi duramente afetada pela pandemia e o empreendedorismo por necessidade cresceu. Na passagem de 2019 para 2020, o saldo de novos negócios teve alta de 12% no mesmo período em SC.

Do total de negócios abertos no Estado este ano, 88.247 foram de microempreendedores individuais (MEIs), o que corresponde a 76,92% dos novos CNPJs. Em segundo lugar, vieram as empresas limitadas (21.352), seguidas por empresário individual (2.807), empresa individual de responsabilidade limitada-Eireli (1.860), sociedades anônimas (334) e cooperativas (99).

Considerando a distribuição regional, o maior número de empresas foi aberto em Florianópolis, 12.653, que teve fechamento de 3.996 e saldo de 8.657. Em segundo lugar ficou Joinville, com abertura de 9.845 empresas, fechamento de 2.767 e saldo de 7.078. Em terceiro lugar ficou Blumenau, com abertura de 6.518, fechamento de 1.881 e saldo de 4.637. Na sequência, considerando os maiores saldos de abertura de empresas, vieram Itajaí (4.154), São José (3.433), Palhoça (2.944), Balneário Camboriú (2.508), Chapecó (2.499), Jaraguá do Sul (2.361) e Criciúma (2.202).

A proporção de MEIs não foi elevada somente este ano, embora tenha crescido um pouco com a pandemia. No mesmo período do ano passado, 76,36% dos negócios foram MEIs e em 2019, quando não havia pandemia, 73,52% dos negócios também foram de microempreendedores nesse período entre janeiro e 21 de julho, de acordo com a Jucesc, que tem os dados digitalizados.

Um fato novo em função da crise sanitária, apurado pela pesquisa internacional Global Entrepreneurship Monitor (GEM) sobre empreendedorismo, foi que no Brasil, em 2020, houve um aumento de 37,5% para 50,4% no número de negócios abertos por necessidade. Isso mostra a realidade da economia, que está absorvendo menos trabalhadores que buscam ocupação.

Apesar de Santa Catarina ter a menor taxa de desemprego do país, 6,2% em março deste ano segundo o IBGE, e de ter saldo positivo superior a 111 mil de empregos formais até maio segundo o CAGED, muitas pessoas enfrentam dificuldades para conseguir colocação no mercado de trabalho também no Estado. A taxa de 6,2% implicava em 228 mil desempregados buscando colocação, além de 40 mil desalentados. Os dados do IBGE registravam ainda 950 mil trabalhadores na informalidade (28% da população economicamente ativa de SC). São esses os grupos que tendem a abrir negócios, especialmente MEIs, para obter nova fonte de renda.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti