Se aprovada neste ano, a reforma do IR (Imposto de Renda) pode gerar alta de 1,6% no PIB (Produto Interno Bruto) até o final de 2023 e cobrir o rombo estimado de R$ 30 bilhões na queda da arrecadação, aponta estudo do CLP (Centro de Liderança Política). Os cálculos, levam em consideração o desenho apresentado pelo relator do projeto, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que prevê uma redução de 12,5 pontos porcentuais da alíquota do IRPJ (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas) combinada com a volta de tributação da distribuição de lucros e dividendos a uma alíquota de 20%.

Em 2023, quando a queda total da alíquota prevista estará concluída, a perda de arrecadação do IRPJ foi estimada no estudo em R$ 95 bilhões (menor um pouco do que a estimativa do governo). Segundo o economista Daniel Duque, chefe da área de inteligência técnica do CLP, mesmo que as empresas estejam com mais R$ 95 bilhões por ano em caixa, não há garantia de que investirão mais. Mas, observa ele, com a taxação de dividendos, a queda no IRPJ tende a levar, de fato, a maiores investimentos privados, ao desestimular a divisão dos lucros com os acionistas.

As simulações foram feitas considerando a hipótese de que pelo menos 20% dos R$ 95 bilhões de incremento de caixa nas empresas seriam redirecionados para investimentos, em razão do estímulo à retenção de lucros pela nova taxação. Haveria também um aumento de R$ 34 bilhões na arrecadação, o que neutralizaria o impacto da reforma.

Via Coluna Mercado – jornal Notícias do Dia edição impressa 26/07/21