A crise na Argentina está afetando as exportações brasileiras e preocupa principalmente empresários e industriais de Santa Catarina. A alfândega de Dionísio Cerqueira registrou uma queda de 34% nos primeiros sete meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

Foram exportados US$ 180 milhões de janeiro a julho de 2019, contra US$ 275 milhões de janeiro a julho de 2018. O movimento de caminhões também caiu, de 5.380 para 4.438.

De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Barracão, Dionísio Cerqueira e Bom Jesus do Sul (Ascoagrin), Marcos Voltolini, disse que o Brasil exporta muita carne, banana, placas de MDF, bobinas de papel, bobina plástica e produtos agrícolas para o país vizinho.

– Ocorreu uma freada nas exportações e isso deixou todo mundo apreensivo. Até o próprio comércio local sofreu, pois com a desvalorização do peso os argentinos diminuíram as compras do lado de cá da fronteira. Eles compram roupas e alimentos no Brasil. Já temos algumas demissões pontuais, de empresas que demitiram uma ou duas pessoas – destacou o empresário.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Maria Teresa Bustamante, disse que a situação do país vizinho preocupa pois é o quarto principal mercado de exportações catarinenses.

– A crise impacta não somente nas exportações, mas também nas empresas catarinenses que tem unidades na Argentina. E não tem muito o que fazer. A tendência é que até outubro, quando ocorrem as eleições, a situação piore. Buscar outros mercados é necessário mas demora. Além disso as importações também estão sendo atingidas, pois além da desvalorização do peso o dólar alto acaba encarecendo as importações – destacou.

Na alfândega de Dionísio Cerqueira a queda nas importações foi de 8%, com US$ 82 milhões, contra US$ 90 milhões do ano passado.

Fonte: NSCTotal