O Brasil fechou 2019 com crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, após altas de 1,3% em 2018 e também 1,3% em 2017. A agropecuária cresceu 1,3%, a indústria 0,5% e os serviços 1,3%. Esse resultado confirma que foi mais um ano de expectativa de crescimento maior que não aconteceu.

No começo de 2019, analistas projetavam crescimento de aproximadamente 2,5% em função do impulso que a economia teria devido ao novo governo e influência positiva das reformas que logo seriam feitas. Mas a surpresa negativa foi um governo que gera crises políticas e que não se empenhou pelas reformas. O principal avanço foi a aprovação da reforma da Previdência graças ao protagonismo do Congresso Nacional.

Contudo, o resultado do PIB que saiu hoje mostra dois dados positivos. Um deles é o crescimento de 2,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) que representa investimentos em equipamentos empresariais e na construção civil. Este é o segundo resultado positivo desse indicador, após quatro anos de resultados negativos, período iniciado na maior recessão do país.

Outra alta importante foi o crescimento de 1,6% da construção civil no ano após o setor enfrentar queda por cinco anos consecutivos. Esse dado é importante porque a construção civil movimenta dezenas de cadeias econômicas e significa que o setor já aproveita a queda dos juros básicos da economia e dos juros de financiamentos de imóveis.

Prévias do PIB de SC

O PIB dos Estados é divulgado dois anos depois do dado nacional, mas duas estimativas apontam uma alta maior para a economia catarinense em 2019 frente a nacional. Segundo o Índice de Atividade Econômica Regional de SC (IBCR-SC), calculado pelo Banco Central, a economia catarinense cresceu 2,54% em 2019. E o índice do governo do Estado, que considera 12 meses até setembro do ano passado, apurou um crescimento de 3,8%. Mais uma vez, Santa Catarina crescerá mais que o Brasil, mas sofre porque vende para o mercado é nacional.

Riscos econômicos do coronavírus

O coronavírus avança no mundo com redução de atividade econômica, o que está motivando apreensão e medidas de estímulo. A decisão de ontem do banco central americano de fazer uma reunião de emergência e cortar os juros em 0,5 ponto percentual em função da doença assustou os mercados mundiais.

Uma consequência esperada no Brasil é que o Banco Central corte um pouco mais a taxa Selic este ano, apesar de estar em 4,25%, o patamar mais baixo da história. Há analista prevendo que cairá para 3,75% ao ano. Isso significa que, mais uma vez, o Brasil começou o ano com projeção de crescimento do PIB acima de 2% e deverá encerrar o período com um resultado pior, desta vez a causa principal, por enquanto, é o coronavírus que está impactando negativamente quase todos os setores econômicos.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti