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Edifício-Sede do Banco Central em Brasília

CNI alega que juro alto prejudica a indústria e economista da Fiesc diz que decisão foi dentro do esperado

Diante do cenário econômico atual no exterior e no Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), na reunião encerrada nesta quarta-feira (08), cortou a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A autoridade monetária reduziu o ritmo de redução da taxa, após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual nas últimas reuniões.

A decisão não foi unânime, mas veio em sintonia com o que a maioria do mercado financeiro esperava, diante das dificuldades para conter a inflação, tanto no exterior, quanto no Brasil.

No exterior, pesou o fato de o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed) não ter baixado a taxa básica de juro do país em função das pressões inflacionárias globais e alta nos custos de serviços.

No Brasil, a influência maior foi a decisão do governo de mudar a meta fiscal de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para déficit zero. O BC estava preocupado também com algumas pressões de custo do trabalho.

Mas o setor produtivo não gostou dessa mão firme do Banco Central. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), logo que saiu a decisão, no final da tarde, divulgou nota argumentando que os juros altos prejudicam o setor.

– Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros. Reduzir o ritmo de corte da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil alcançar mais prosperidade econômica, aumento de emprego e de renda – destacou em nota o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt, avaliou que a decisão veio dentro do esperado e prevê que a Selic deve encerrar este ano em 10%.

– Decisão e comunicado estritamente dentro do esperado, placar de 5 a 4 a favor de uma decisão de 0,25 ponto percentual de queda. Por duas vezes, o comunicado citou o ambiente externo como fator de risco adicional à inflação, além de lembrar da necessidade de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida. Minha expectativa é de taxa de juros Selic terminal em 2024 em 10% ao ano – afirmou o economista da Fiesc, Pablo Bittencourt.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti