O montante, que vai para os caixas dos governos federal, estaduais e municipais, será atingido na terça-feira 07/10
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registra na próxima terça-feira, 07/10, o valor de R$ 3 trilhões, montante que representa a soma de impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais, do início do ano até então.
O valor será alcançado 25 dias antes quando comparado com o ano passado, quando a soma apareceu no painel somente no dia 1º de novembro. Isso revela que o ritmo da arrecadação cresceu 9,37% no intervalo de um ano.
Segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, essa antecipação é resultado de uma combinação de fatores que impulsionaram a arrecadação. “Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica”, explica o economista, que também aponta a inflação como um fator relevante, já que o sistema tributário brasileiro é fortemente baseado em tributos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços de bens e serviços.
Além disso, outras medidas contribuíram para o aumento na arrecadação:
– Tributação de fundos exclusivos e offshores;
– Mudanças nas regras de subvenções concedidas por estados;
– Retomada da tributação sobre combustíveis;
– Cobrança de impostos sobre apostas online (bets);
– Taxação de encomendas internacionais (como a chamada “taxa das blusinhas”);
– Reoneração gradual da folha de pagamentos;
– Fim dos incentivos fiscais ao setor de eventos (PERSE);
– Aumento de alíquotas do ICMS;
– Elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Gasto Brasil
Já os gastos dos governos, estimados pelo Gasto Brasil, outra ferramenta das associações comerciais, somam R$ 3,98 trilhões, ou seja, quase R$ 1 trilhão a mais que o valor arrecadado.
“Esse desequilíbrio entre arrecadação e despesas primárias é preocupante porque mostra que o Brasil está operando no vermelho mesmo antes de pagar os juros da dívida. Isso compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona ainda mais a necessidade de ajustes estruturais nas contas públicas”, avalia Ruiz de Gamboa.