Porto Seco: porta ao Mercosul

Do Brasil Colônia até os dias atuais, muitos foram os esforços perpassando gerações para que a evolução saísse do extrativismo chegando à industrialização. Taxado ainda como país das commodities, nosso maior trunfo concentra-se nas exportações de grãos, minérios de ferro, carnes e derivados para Estados Unidos, China, Europa e Oriente Médio. Na outra ponta estão os manufaturados, sobretudo da China e EUA, abastecendo nosso mercado interno. Para circulação desses produtos utilizam-se, por ser mais econômicos e comportarem maior sobrecarga, os portos e também os aeroportos. Em SC, privilegiada com cinco portos de consideráveis calados e aeroportos estratégicos, tem o porto seco de Dionísio Cerqueira, que agora recebe um tratamento especial dos governantes.

Entendendo o caso 
Considerando a defasagem do sistema logístico brasileiro, o grande aliado do comércio exterior são as estações aduaneiras do interior conhecidas como porto seco. Neste complexo, são realizadas operações de movimentação, desembaraço, entrepostagem, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem importadas ou que serão exportadas. Toda a administração do complexo é feita por uma empresa privada, mas o controle aduaneiro é de responsabilidade da Receita Federal do Brasil. Ou seja, ela faz todo o controle de mercadorias desde a sua entrada no país e consequente nacionalização e distribuição, assim como atua no processo de embarque para o exterior.

Administração privada
Recentemente, a concessão à iniciativa privada realiza todo esse conjunto de obras e ações, permitindo que em até 18 meses termine todo o trabalho, trouxe ao Extremo Oeste catarinense expectativas de dias melhores. Isso se fará com o ingresso de

maior fluxo de mercadorias, circulando ou integrando operações de fracionamento para posterior saída com valor agregado, geração de empregos, diversificação da economia local e regional e com os consequentes incrementos de renda e de arrecadação. A expectativa é de que o volume de 80 caminhões/dia, quando tudo estiver concluído, chegue a 500. Saindo da litorização, termo muito utilizado pelo ex-governador Luiz Henrique, Santa Catarina atenta-se para outras regiões, abrindo-se para o Mercosul.

Eleições no CRC 
Encerram-se hoje as eleições para o Conselho de Contabilidade de SC, onde a colega contadora pública e secretária-adjunta Michele Roncálio tem seu nome incluído na chapa 2. Questionado sobre as razões por abordagem do tema na coluna: Resposta na ponta da língua. Os profissionais da contabilidade, a partir de 1997, na gestão do contador Sergio Faraco e do então diretor da Diat, auditor fiscal aposentado Renato Hinnig, aconteceu um divisor de águas quando foi celebrado convênio entre Fazenda e CRC/SC, permitindo a utilização do selo de identificação na ficha de atualização cadastral. De lá para cá, houve muito progresso.

As parcerias 
Ao lembrar da obrigatoriedade do voto, evitando penalidade pecuniária, o profissional, que mesmo não se contentando com a situação atual, precisa conscientizar-se de que para se almejar um futuro promissor não se pode esquecer o duro trabalho executado pelos precursores. O reconhecimento no país pelas parcerias que quebraram barreiras, permitindo um diálogo franco entre o público e o privado, não pode simplesmente ser ignorado, mas melhorado e ampliado, independente da chapa vencedora.

Refletindo
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Uma ótima semana! Martin Luther King.

 

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC