As sementes e os frutos

Foram necessárias quatro décadas para que se confirmasse os feitos desenvolvidos no decorrer das atribuições voltadas às atividades fiscais e outras que no transcurso do caminho foram incorporadas, ou até mesmo alteradas, dependendo da vontade do seu autor. Também em quatro meses, após iniciativas de grupos extintos, criou-se comissão mista, estabelecendo as linhas mestras sobre a celebração de evento reunindo então os adeptos das categorias de fiscais de tributos e de mercadorias em trânsito, atualmente auditores fiscais da receita estadual. Assim, em 23 de março passado, aconteceu o sonhado encontro, bodas de esmeralda pelos 40 anos de atividade fiscal, quando compareceram cerca de 100 protagonistas e mais 50 acompanhantes na Affesc – Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de SC. Foram convidados o governador e secretário da Fazenda, que, por terem compromissos com o aniversário de Florianópolis, delegaram a participação ao assessor de gabinete advogado Júlio César Marcellino Júnior. Na oportunidade, foram lembrados os patrocinadores: Affesc, Sindifisco e Sicoob Credisc, todos presididos por auditores fiscais.

Virada de chave

Os ensinamentos herdados pelos gestores e colegas que antecederam foram cruciais para que, ao aprimorá-los, pudessem realizar grandes conquistas, como tais: investimentos no capital humano, quando todos os servidores, através do programa de modernização fazendária, cursaram do ensino fundamental à pós-graduação. Assim, a modernização se estendeu ao patrimônio e à tecnologia da informação. Foi realmente uma virada de chave que aconteceu, permitindo que a Fazenda catarinense fosse galgando patamares atualmente reconhecidos nacionalmente. Nessa linha, outros programas contribuíram para o crescimento e desenvolvimento no contexto fazendário.

O diferencial

A comunicação intra e extra-organizacional, até então acanhada pelo sistema rígido de trabalho implementado voltado à punição, foi se amoldando a partir do envolvimento de outras classes, como a dos profissionais da contabilidade, que de interlocutores passaram a ser parceiros, comungando dos mesmos propósitos, o de realizar as operações de forma correta, evitando cometer erros e, por consequência, a aplicação das penalidades. As inúmeras conquistas construídas, muitas vezes a duras penas, pois o novo sempre assusta, foram assimiladas e implementadas pelos ousados gestores, que não se intimidaram.

Gratidão

Enfim, foi realmente como num sonho vivenciado pelos presentes poder relembrar e até por alguns narrado o quanto foi importante o tempo dedicado à instituição. Não esquecendo, claro, daqueles que partiram ainda cedo (lembrados em homenagens póstumas) e também de quem, por motivos alheios à vontade, não compareceram. Ficou registrado o memorável encontro. As gerações atuais e futuras têm a missão de dar seguimento e expandir o legado (a arrecadação nas alturas melhorando a vida dos catarinenses) semeado, regado, adubado, que cresceu e gerou frutos.

Olho nas consultorias

Sobre o tema abordado na coluna passada com o título “Consultoria de araque”, renomado advogado, do qual o colunista, a pedido, se omite revelar, argumentou a respeito das provocações ofertadas pelos softwares e pessoalmente a respeito da apropriação de crédito de imposto no âmbito das três esferas. Foi claro em afirmar que vem rejeitando pelo fato de não haver consistência nas informações e, por outro lado, saber que no futuro, em algum cruzamento, o feito será detectado e, consequentemente, chegará a notificação para o devido ressarcimento da fraude praticada. Fica o recado: livre-se dos falsos profetas oferecendo facilidades quando, na verdade, se transformarão em dificuldades.

Refletindo
As sementes do aprendizado, quando cuidadas, se transformarão em colheitas do amanhã. Uma ótima semana!

Por Pedro Hermínio Maria – Auditor Fiscal aposentado da Receita Estadual de SC

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