Não se deixa caminho por atalho

Avançam no país as reformas denominadas estruturantes, como a trabalhista e a previdenciária. Entretanto, tão importantes como a tributária, principalmente, se enroscam pelos caminhos da complexidade, entremeadas de micros e pequenos ensaios, ou outras protagonizadas que surgem, como a administrativa.

Há momentos que, dadas as constantes mudanças de prioridades frente aos projetos de país, fica a impressão de que se trata de uma nau sem rumo. O que não corresponde. Na verdade, é que propostas não tão primordiais, mas por serem pautados pela figura máxima do presidente, acabam atropelando as de maior interesse e necessidade, dando a falsa impressão de se estar navegando a esmo. Ou seria miragem da cabeça deste colunista?

 

E tem mais
E como o ano está por terminar, os trabalhos no Congresso tendem a diminuir o ritmo na mesma proporção. E 2020 promete muito no campo das reformas. Será?

Manter o foco 
Por se tratar de ano eleitoral, faz sentido a dúvida acima. De Brasília à sua cidade, o assunto é eleição. Quem sai, quem fica, qual composição, mudança ou criação de partido. Totalmente improdutivas tais atitudes. Tem se tornado mais frequente a dispersão sobre os assuntos que requerem maior atenção. Volta e meia o objetivo é desviado por alguma atitude mal pensada e/ou conduzida, e lá se tomam prejuízos, como a queda nas bolsas e a alta da moeda americana. Ou pior: como a fuga de capital já aplicado ou obstáculos para o ingresso de possíveis investidores. Para permanecer com os dedos, ainda que se percam os anéis, manter o foco é a questão.

Certo pelo duvidoso
Pois bem! Numa das viagens retornando de Londres a Lisboa, tomando um táxi no aeroporto até o hotel, percebi que o “gajo” motorista, com pressa, no atordoado trânsito ao entardecer, aparentemente perdido, tascou essa pérola: “Em Portugal, há um ditado que se diz: ‘Quem deixa caminho por atalho há que ter muito trabalho’”. Fazendo uma analogia no campo das reformas tão solicitadas pela sociedade e necessárias para se traçarem metas que conduzam o país ao desenvolvimento, retruquei de pronto: “E no além-mar, um com o mesmo sentido: ‘nunca deixe o certo pelo duvidoso’”.

Bebidas frias 
Mantendo-se numa ascendente a arrecadação do ICMS, no setor de bebidas, principalmente as frias, cresceu acima da média em novembro passado. A variação positiva deveu-se a alguns fatores: pela gestão eficaz da pauta de preços médios a consumidor final, que define a base de cálculo das bebidas frias; pela recuperação do volume comercializado; pela conscientização do empresariado catarinense; e pelo esforço fiscal, no sentido de garantir o ingresso dos impostos dessas operações ao erário. Esse trabalho dos auditores fiscais se concentra no acompanhamento e monitoramento dos contribuintes e, quando necessário, na fiscalização das empresas com a emissão dos autos de infrações correspondentes.

Quanto aos vinhos
No grupo especialista de bebidas, o setor de vinho apresentou queda de 70% em decorrência da retirada da substituição tributária do fabricante. O gestor do grupo, auditor fiscal Oilson Amaral, afirma que essa perda será gradativamente recuperada tanto no varejo como nos supermercados, adegas, bares e restaurantes. E para não fugir à regra, conclama: beba, mas com moderação, e se beber, não dirija.

Refletindo
O Natal se aproxima. Sejamos solidários espelhando-nos nas sábias palavras da santa madre Tereza de Calcutá. “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”. Uma ótima semana!

Pedro Herminio Maria – Auditor Fiscal da Receita Estadual SC