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Pressão de alta no preço de petróleo é a principal preocupação da área econômica sobre o conflito

Iniciado há 10 dias, o conflito no Oriente Médio entre Israel e o Hamas, além de violentas perdas de vidas, coloca mais uma vez o mundo em alerta sobre riscos de impactos econômicos de guerra, caso continue e se estenda a outros países da região. A maior preocupação é a elevação do preço do petróleo no mercado mundial, com efeitos como alta de inflação, de juros e retração de crescimento econômico. Se isso ocorrer, a economia catarinense, a exemplo da Brasileira, sofrerá consequências negativas.

O risco de aumento do petróleo é a principal preocupação de lideranças empresariais do Estado, em especial do agronegócio, porque eleva o custo de frete marítimo. O preço do petróleo, que estava em torno de US$ 80,00 subiu para perto de US$ 90,00 mas caiu nesta segunda-feira para US$ 87,00. Contudo, tem instituição financeira prevendo que pode chegar a US$ 150 caso o conflito vire guerra com a participação de mais países.   

O oriente médio produz cerca de 40% do petróleo mundial e o problema pode se agravar caso o Irã entrar no conflito, por ser um dos grandes produtores. A economia mundial ainda não se recuperou das altas de preços do petróleo e gás natural causadas pela guerra na Ucrânia, que continua. Por alguns meses em 2022, essa guerra elevou em mais de 100% o frete marítimo.

Outro grupo de produtos que pode ter impacto é o de fertilizantes. Santa Catarina importa cloreto de potássio e outros itens de Israel. Mas como não é uma grande quantidade, a expectativa é de que a pressão nos preços não será exagerada.

Mas outros setores empresariais podem ter dificuldades para vender para Israel. São os de motores e geradores elétricos, móveis e madeiras os que mais exportam para o país.

As agroindústrias estão mais preocupadas com impactos indiretos do petróleo. Isso porque, por Israel ser um país pequeno, ele não é um grande importador de proteína de SC.

O Estado conta com conexões importantes com Israel na área de tecnologia. Já foram feitas diversas missões empresariais para conhecer o ecossistema deles e em março deste ano foi criada na Federação das Indústrias de SC (Fiesc) a Câmara de Comércio Santa Catarina-Israel, que é presidida pelo empresário do setor de TI, Daniel Leipnitz.  

De acordo com levantamento feito pelo Observatório Fiesc, a balança comercial entre o estado e o país é favorável aos israelenses. Em 2022, SC exportou para Israel o equivalente a US$ 13,7 milhões em produtos como equipamentos elétricos, madeiras, móveis e ferramentas.

As importações vindas de Israel somaram US$ 18,7 milhões, incluindo adubos, fertilizantes, polímeros, chumbos e outros. A torcida é de que seja firmado um acordo para que a paz volte à região.

via NSCTotal – Coluna Estela Benetti