Uma projeção de cenários de desemprego para os três Estados da Região Sul em função da crise do coronavírus, feita pela consultoria econômica Caravela, de Florianópolis, aponta que Santa Catarina será mais afetada proporcionalmente na perda de postos de trabalho do que os vizinhos Rio Grande do Sul e o Paraná. O Estudo, com base nos riscos de atividades econômicas, considerou três cenários: otimista, médio e pessimista.

No caso de Santa Catarina, no cenário otimista a taxa de desemprego, que fechou em 5,3% no final de 2019, subiria para 8%, no cenário médio ficaria em 10% e na projeção mais pessimista, subiria para 12,8%.

O economista da Caravela Souções, Henrique Reichert, que é doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que o Estado está mais vulnerável que os vizinhos porque tem um maior percentual de trabalhadores no setor privado, em atividades que nesse período apresentam mais médio risco e alto risco de dispensar trabalhadores porque estão sendo mais afetadas diretamente pelas restrições impostas pela pandemia.

O Estudo considerou parâmetros semelhantes aos adotado pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos, em projeção para pedidos de desemprego. A Caravela incluiu em atividade de baixo risco de perda de emprego as essenciais para a saúde, o setor de alimentos, serviços públicos e setor privado que pode trabalhar em home office.

No médio risco foram incluídas indústrias e serviços que continuam operando, mesmo com capacidade reduzida e, no alto risco estão atividades comerciais, industriais e de serviços que estão com operações suspensas como comércio e serviços.

No melhor cenário, SC perderia 96 mil postos de trabalho e a taxa de desemprego subiria de 5,3% para 8%. Esse cenário, considerando a pesquisa do Sebrae/SC que apontou fechamento de 148 mil postos de trabalho, parece descartado. No cenário médio, o Estado perderia 192 mil postos de trabalho e o desemprego chegaria a 10%. E no pior cenário, perderá 289 mil postos de trabalho, chegando a uma taxa de desemprego de 12,8%.

No Estudo, foi considerado o total de empregos formais na Região Sul de 8,2 milhões segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). No cenário pior, os três Estados do Sul chegariam a desemprego em torno de 13%. No quadro intermediário, os dois vizinhos teriam taxa de desemprego de 11%.

– A perda de postos de trabalho vai depender de vários fatores, principalmente o tempo de quarentena de cada setor e de como os incentivos do governo vão chegar para as empresas. Não temos noção de como a economia vai responder a esses incentivos – afirma Henrique Riechert.

Dos 8,2 milhões de trabalhadores, 2,2 milhões são de SC. Desses, 970 mil estão no grupo de baixo risco de perda de emprego, 644 mil são de médio risco e 641 têm alto risco de perda de emprego. No cenário pior, a Caravela previu que 30% desses de alto risco ficariam desempregados.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti