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Com a chegada da pandemia do coronavírus e o isolamento social desde 18 de março, muitas dúvidas surgiram sobre pagamentos futuros, inclusive de salários em geral. Mas nesta terça-feira à tarde o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, antecipou que o governo conseguirá cumprir integralmente a folha de abril. Isso significa que o Estado pagará os salários dos servidores da ativa, mais aposentadorias e pensões, sem cortes.

O que foi confirmado pelo secretário, por meio da assessoria, foi a suspensão de todos os reajustes, promoções e uma série de outras medidas que elevam constantemente o custo da folha do Estado. Essa informação do congelamento das despesas com pessoal foi antecipada pelos colegas da NSC, Renato Igor e Raphael Farado.

O pagamento integral da folha do Estado, que soma cerca de R$ 1,1 bilhão, é uma notícia positiva não só para os servidores, mas também para a economia, porque essas pessoas vão poder consumir sem medo nesta fase em que a economia sofre devido ao isolamento e muitos trabalhadores estão perdendo o emprego no setor privado. Anima empresas de diversos setores que estão retomando atividades no Estado enquanto a recomendação por isolamento continua.

Em março, a Fazenda de Santa Catarina registrou queda de receita de R$ 200 milhões em função dos impactos do coronavírus, para este mês previu inicialmente queda de R$ 400 milhões, que poderá ser maior. No início, do mês, a arrecadação recuou perto de 50%.

Mas a retomada de setores como o comércio de rua, serviços, volta da indústria e da construção civil, embora com restrições, começa a mover mais a economia. Uma atenção especial foi dada à construção civil pelo secretário da Fazenda, Paulo Eli, porque ela permite estabelecer mais regras de segurança para trabalhadores atuarem mais afastados e também porque é um dos setores que mais aquece a econômia por impactar mais de 70 atividades.

FMI, queda do PIB e SC

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nova previsão para a economia mundial em função da pandemia do coronavírus. Projetou queda profunda do PIB da maioria dos países e recuo de 3% do PIB mundial. Para o Brasil, estimou retração de 5,3%.

A expectativa é de que Santa Catarina pode ter recessão também, o impacto está grande nas empresas e nos empregos, mas será um resultado menos pior do que o do Brasil. O Estado vinha crescendo acima da média nacional nos últimos três anos. Há um pouco de carregamento disso para 2020.

Mas uma das razões principais desse otimismo é o forte agronegócio que não parou durante o isolamento, segue exportando e consiste na principal atividade econômica em boa parte dos municípios do Estado. O economista da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Paulo Zoldan, além do agronegócio, cita como pontos positivos a diversificação econômica, continuidade de muitos serviços com trabalho em home office, atividades do setor público, a logística dos portos e outras. A soma disso deve trazer um resultado melhor para o PIB catarinense.

Via NSCtotal – Coluna Estela Benetti