Por que as exportações do Estado estão em queda
Apesar de ter um dos parques industriais mais competitivos do país e de as vendas externas serem apontadas como uma das saídas para a retomada do crescimento econômico, Santa Catarina viu as exportações caírem 10% no primeiro semestre deste ano frente aos mesmos meses de 2014 e não enxerga uma virada desse quadro no curto prazo.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro, fará palestra na Federação das Indústrias (Fiesc) quinta, às 16h, sobre perspectivas do comércio exterior. Também falará sobre novo programa brasileiro para incentivar vendas externas. O presidente da federação, Glauco José Côrte, vai dizer ao ministro que o país precisa de um ambiente mais favorável à indústria.

-Há duas razões básicas para a queda das exportações. Uma é o alto custo Brasil. A gente vinha denunciando há muito tempo que chegaria um momento em que os custos de produção inviabilizariam as exportações. Os nossos concorrentes têm custos muito mais baixos – explica Côrte.
Outro ponto, segundo ele, é que embora as economias dos EUA e Europa estejam em recuperação, ainda registram crescimentos baixos. A própria China, importante parceiro de SC, está crescendo menos. Quando a economia mundial tiver expansão maior, as vendas externas de SC também avançarão, prevê o empresário.

Na lista de entraves atuais que podem derrubar ainda mais a competitividade estão a energia cara, pressões para reajustar alíquotas de PIS/Cofins, redução da desoneração da folha e demora para votar o projeto de terceirização.

Saída está em 100% de inovação
A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, observa que empresas de SC se voltaram ao mercado interno e, na redução de custos, passaram a a usar mais insumos importados. Com a alta do dólar, esses itens ficam cada vez mais caros, o que eleva os preços dos produtos e dificulta as exportações. Este é um cenário que vai continuar.

– A solução é 100% inovação, é investir cada vez mais em produtos diferenciados – diz ela.

Empresas parceiras no exterior
Nessa estratégia de inovação, Maria Teresa Bustamante diz que o empresário precisa mudar de mentalidade. Ele não vai mais exportar produtos, mas tecnologia, processo, design e aliança estratégica com o fabricante no exterior. Segundo ela, entre os países onde os empresários podem buscar parceiros estão a Polônia, Itália, Irlanda, França, Coreia, Japão, Indonésia e Malásia. É preciso buscar nichos e firmar parcerias com empresas de outros países é melhor e mais barato para avançar em novos mercados do que comprar uma empresa lá fora, avalia Bustamante.

 

Via CLIC RBS – Blog Estela Benetti