O governo do Estado festeja o fato de manter o menor índice de desemprego no país. A nomenclatura oficial fala em percentual de desocupação, uma forma mais elegante de dizer a mesma coisa. As estatísticas apontam que por aqui havia 8,4% da população economicamente ativa desocupada, no mês de julho. A média nacional é de 13,1% da Pnad Covid-19.

Em relação a junho, a desocupação em Santa Catarina teve ainda um recuo de 0,2 pontos percentuais: era de 8,6%, enquanto que a média nacional aumentou 0,7 pontos percentuais (12,4%) no período. Os vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul registram, respectivamente,11,7% e 10% de taxa de desocupação em julho.

Um olhar rápido para os números indicam, sim, que a da média nacional e atestam  a força da retomada econômica catarinense.

Números de outras pesquisas, sobre desempenho de segmentos da indústria, comércio e serviços, igualmente vão na direção de recuperação das atividades econômicas. Isso inclui a indústria, agronegócio, comércio e serviços.

Outra informação pinçada pelo governo estadual como positiva , a informalidade é de 20,1%. No cenário nacional, o índice foi de 33,6%. Em relação a junho, o estado também apresentou queda de 0.5 pontos percentuais (20.6%).

O que isso  significa? Significa que em julho havia 18 mil trabalhadores a menos na informalidade, ao se comparar com o mês anterior.

Claro que esse conjunto de dados sugere vivermos numa ilha de prosperidade, quase imune às desgraças coletivas vivenciadas pelas populações de outas regiões do país.

Se é assim, um outro dado indica  o outro lado, o lado menos feliz de nossa sociedade. A mesma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Covid 19) também apontou que quase metade dos catarinenses ( 44,1%) receberam algum tipo de auxílio emergencial por parte do governo federal. Em junho, o percentual era de 43%. O valor médio do benefício foi de R$ 896,00. Sim, centenas de milhares de catarinenses pediram – e ganharam – dinheiro do governo porque demonstraram necessidades.

Um outro número vindo do estudo do IBGE é revelador de nossa pobreza: o rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em julho foi de R$ 1.271,00. Embora seja  2,9% acima do valor de junho (R$1.236),00, ainda assim é baixo . na prática, isso faz com que mais pessoas morem no mesmo núcleo familiar, já que ao rendimento médio individual é reduzido e dificulta a sobrevivência digna. Na região Nordeste, o valor é de R$  899,00.

Novamente estamos bem acima, mas essa constatação só reforça a noção clara de que as desigualdades socioeconômicas são graves.

Via NSCTotal – Coluna Claudio Loetz