Com a continuidade da pandemia, fim do pagamento das três parcelas do auxílio emergencial e necessidade de retomada do crescimento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, promete apresentar nesta terça-feira um pacote de medidas. Além de uma solução para a continuidade do auxílio aos mais pobres, o plano prevê corte de despesas, estímulo ao emprego, obras públicas, atração de investimentos e privatizações.

Uma das necessidades imediatas do governo é definir a continuidade do auxílio emergencial. Há consenso de que é necessário ajudar cerca de 45% das famílias brasileiras que enfrentam dificuldades para se manter durante a pandemia, mas como o governo está com dificuldade de caixa, a expectativa é de que o valor fique perto de R$ 300. A intenção é já mudar o nome do programa para Renda Brasil, que dará continuidade ao Bolsa Família, mas, no ano que vem, sem o caráter de ajuda emergencial, será para um número menor de famílias.

No caso de estímulo ao emprego, o governo estuda medida para desonerar a folha salarial, mas quer manter o veto à desoneração a 17 setores econômicos que tentam manter o benefício no ano que vem. Entre esses setores estão diversos importantes para SC como tecnologia, call center, construção civil, indústria têxtil e transportes. Entre os planos está isentar da parte patronal do INSS para contratos que pagam o salário mínimo.

Para realizar obras públicas, diante da falta de recursos o plano é melhorar marcos regulatórios para facilitar a atração de investimentos privados, especialmente nas privatizações. A crise causada pela pandemia também reduziu as privatizações porque muitos ativos passaram a ter valor menor pela dificuldade de atividades dos setores envolvidos. Um exemplo é a postergação do leilão que incluirá os lotes dos aeroportos de Joinville e Navegantes, como informou o colega colunista do AN, Claudio Loetz. A melhora de marcos regulatórios e da segurança jurídica a investidores é um dos pleitos do mercado para investir em infraestrutura. 

O ministro Paulo Guedes, que se fortaleceu junto ao presidente Jair Bolsonaro porque prometeu uma solução para auxiliar os mais pobres com o futuro Renda Brasil, está muito confiante no pacote. Entre sua equipe, chama o plano de ‘Big Bang’ numa alusão à explosão que teria dado origem ao universo, mas, a exemplo de programas anteriores, pela limitação de recursos federais, dificuldades e travas da economia brasileira, a execução das medidas deve ser limitada. Além disso, o ministro Guedes ainda precisa fazer as pazes com senadores em função das críticas que fez à derrubada do veto para reajuste a servidores. Isso porque o pacote terá medidas que vão necessitar de aprovação parlamentar.

Via NSCTotal – Coluna Estela Benetti