Para colocar as contas públicas no tamanho suportável pela população brasileira, tanto o governo federal quanto governos estaduais terão que fazer cortes profundos. Se não fizerem isso, a economia vai entrar em colapso nos próximos anos. Este cenário foi traçado no painel sobre ambiente institucional, ontem à tarde, na Fiesc, pelos economistasCláudio Frischtak, da Inter. B Consultoria Internacional,Samuel Pessoa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) e pelo jornalista da Rede Globo,William Waack, com mediação do presidente da Fiesc,Glauco José Côrte.

Ao ser questionado por Côrte sobre a negociação das dívidas estaduais, um pleito nacional levantado pelo governadorRaimundo Colombo, o economista Samuel Pessoa disse que é possível negociar, mas os Estados terão que aceitar cortar gastos. Na avaliação do economista, para ter equilíbrio nas contas públicas, as legislações precisam mudar para o setor público, que deverá aceitar cortar salários, adotar redução de jornada de trabalho e demissão de servidores. Só assim, será possível fazer uma gestão equilibrada. Outra medida é acabar com a gerra fiscal entre os Estados, que afeta as receitas.

Para Frischtak, se todos os governadores solicitarem um prazo de carência para as dívidas, isso pode derrubar a confiança no mercado brasileiro e pressionar os juros futuros, que hoje estão em queda.Ele vê nessa negociação uma oportunidade de mudar a legislação atual, para uma flexibilização de gastos públicos pelo menos em momentos de crise profunda, como agora. William Waack foi o que mostrou menos confiança na recuperação do Brasil porque o problema é político e os políticos não mudaram sua forma de atuação. Tanto Pessoa quanto Frischtak defenderam cortes profundos nos gastos públicos e acreditam que há espaço para isso. Segundo Pessoa, uma das razões do desequilíbrio das contas públicas federais é que o governo vem gastando anualmente 0,35 ponto percentual do PIB a mais.

 

Via DC – Coluna Estela Benetti