Governador reuniu a imprensa para avaliar os resultados do primeiro semestre deste ano

Santa Catarina começa a sair da crise. A economia catarinense cresceu em torno de 4,5% de janeiro a junho deste ano, 0,5% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Para se ter uma ideia da importância deste percentual, o Brasil não deve crescer 1% neste ano. Dentre outros setores, contribuíram para o resultado positivo, principalmente, o agronegócio e as exportações. A arrecadação do governo também teve um avanço no período, saltando de R$ 10,8 bilhões, no ano passado, para R$ 11.4 bilhões este ano, um crescimento de 5,41%. O setor têxtil foi o que mais contribuiu para o incremento na receita.

Estes dados foram apresentados pelo governador Raimundo Colombo, durante coletiva à imprensa, ontem, em Florianópolis. Na ocasião, o lageano fez um balanço de sua gestão no primeiro semestre de 2017.

Duas medidas foram essenciais para o governo manter suas contas sob controle e fazer sobrar dinheiro em caixa para promover investimentos: a reforma da previdência estadual e a renegociação da dívida com a União. Juntas, geraram economia de quase R$ 2 bilhões aos cofres públicos.

Ao fazer uma análise da situação econômica do Estado, Colombo lembrou que os anos de 2015 e 2016 foram difíceis, contudo, pontuou que o cenário melhorou este ano. Para o segundo semestre, a expectativa é que o crescimento continue e, para 2018, espera­se um desempenho ainda melhor.

O otimismo do governador se reflete nos números. Segundo dados da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), as exportações de janeiro a maio aumentaram 16,8%. Já a produção industrial catarinense subiu 5,2% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado.

A geração de emprego é outro indicador que mostra que o estado está saindo da crise. Segundo dados do Cadastro Nacional do Empregado e Desempregado (Caged), Santa Catarina foi o segundo estado que mais gerou emprego de carteira assinado. Em abril, teve um saldo positivo de 1,8 mil vagas, entre admissões e demissões.

Durante a coletiva, o governador anunciou que vai antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º para os funcionários públicos no final de julho. Além disso, analisou o conturbado quadro político nacional, mencionou sobre a operação Lava Jato, na qual está sendo investigado, projetou seu futuro político e falou sobre investimentos nas áreas da saúde, segurança pública, educação e infraestrutura.

Acompanhe alguns tópicos da entrevista:

Investimentos

R$ 700 milhões, por meio do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam 2), serão distribuídos nos 295 municípios de SC. Os recursos são parte do empréstimo de R$ 1,5 bilhão feito pelo governo junto ao BNDES e Banco do Brasil. Eles poderão ser usados para investimentos em vários setores. Cada município receberá, no mínimo, R$ 800 mil e máximo de R$ 4 milhões. Esta é a segunda edição do Fundam. Na primeira, em 2015, o governo injetou R$ 600 milhões nos 295 municípios. Só na Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), que congrega 18 cidades, foram investidos mais de R$ 34 milhões, especialmente em obras de infraestrutura. O governador disse que o objetivo do Fundam “é distribuir recursos de maneira criteriosa e apartidária, proporcionando ações importantes em áreas prioritárias como saúde, educação, saneamento básico e infraestrutura”.

Cenário econômico

Depois de dois anos (2015 e 2016) difíceis, o governador destacou que a economia começa a mudar positivamente. O setor cresceu 4,5% nos primeiros seis meses deste ano, 0,5% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a arrecadação de impostos do Governo do Estado cresceu 5,41% de janeiro a 20 de junho em comparação ao mesmo período de 2016, e o estado tem uma das menores taxas de desemprego, 6%, a média nacional está em 12%.

Socorro às vítimas das enchentes

Em relação às fortes chuvas que atingiram vários municípios catarinenses no início deste mês, Colombo disse que Governo do Estado liberou mais de R$ 3 milhões para compra de óleo diesel para os municípios recuperam as estradas, e já pagou R$ 15 milhões de despesas com produtos de higiene, limpeza e cestas básicas para a população atingida. Além disso, informou que o Governo Federal disponibilizou R$ 20 milhões para atender os municípios afetados. Para ter acesso aos recursos, porém, estes precisam apresentar o plano de aplicação. Até o momento, foram assinados 10 decretos de emergências, que são regulamentados com a apresentação do plano. A previsão é que, ao menos, 16 decretos também sejam assinados nos próximos dias.

Coxilha Rica

A obra de asfaltamento da Coxilha Rica, aguarda laudo ambiental do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para ser iniciada. Colombo explicou que a empresa que fará o estudo já assinou a ordem de serviço e começou analise das centenárias taipas, que foram construídas pelos tropeiros que passavam pela região. O governador garante que este processo será rápido e em seguida, a obra deverá ter segmento.

Hospital Tereza Ramos

A ampliação do Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos, em Lages, está prevista para ser inaugurada no segundo semestre deste ano. O hospital é o maior da região e atende pacientes de diversas cidades do estado. Os equipamentos para a nova ala estão sendo adquiridos. Agora será realizada licitação para a construção da passarela, que ligará a parte nova à estrutura já existente, que segundo Colombo, deve ser feito rapidamente. Também, para finalizar a obra, o Governo do Estado analisa a forma em que será administrada a instituição.

Segurança Pública

A falta de segurança e o aumento da criminalização, devido ao tráfico de drogas, é um problema em crescimento no Estado. Por isso, estão investindo em tecnologias para combater a violência, principalmente a causada pelo tráfico. Além disso, a formação de novos policiais pretende diminuir os índices e tornar Santa Catarina mais segura. Cerca de mil novos policiais já começaram o curso de formação de soldado em vários municípios do Estado. Serão 1.240 h/aula, onde eles receberão instruções de disciplinas que integram as área de conhecimento jurídico, segurança pública, técnicas de policiamento extensivo, confecção de documentos e condicionamento físico. A formatura deve acontecer ainda este ano, assim, estarão aptos para trabalhar nas ruas.

Futuro político

Enquanto faz a gestão do Estado, Colombo mira a eleição em 2018 e projeta seu futuro político. Deixou claro que pretende continuar na vida pública e pretende concorrer ao Senado no ano que vem. Em relação ao seu sucessor, disse que o PSD tem como principal nome seu colega de partido e ex­-presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alesc), Gelson Merisio, para o governo estadual. E costura uma possível coligação com PSDB e PP.

Cenário político

A situação política envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), que é a alvo de investigação na Lava Jato e poderá ser denunciado esta semana pelo procurador­ geral da República, Rodrigo Janot, foi um dos assuntos da coletiva. Colombo afirmou que é contra a convocação de novas eleições presidenciais, diretas ou indiretas e defendeu a manutenção do peemedebista no comando do País. Torce para que as coisas possam voltar à normalidade e declarou que, no ano que vem, quando haverá nova eleição, será a hora de escolher o presidente da República. Sobre o fato de seu nome ter sido citado nas delações da Odebrecht e JBS, declarou que o Governo do Estado não tem relação com estas empresas, que teve acesso aos documentos e trabalha para esclarecer os fatos.

 

Via Correio Lageano